A vida.
Os meus pensamentos brotam da minha própria criação, mas não sinto-me totalmente original, pois o que somos de verdade (e graças a Deus!), não cabe num livro, numa obra de arte ou num pedaço de papel.
O coração.
Arisco-me a dizer que é um órgão inútil, só serve para sofrer. Por que tu não reage à altura, expulsando tudo aquilo que te machuca? Mas não! Prefere sofrer como um bêbado que desce a ladeira!
A razão.
Se a única coisa que é certa nessa vida é a morte, por que fico preso as pequenas mazelas do existir, como, por exemplo, pagar conta, chegar na hora marcada, ao invés de ser, originalmente, desatinado?
O amor.
Amo o intangível, a arte, a literatura, a filosofia, a música, a dança, a poesia… Amo contemplar as estrelas, ler, vinho tinto… Amo sonhar mundos possíveis, justos… Só o amor não me deixa estagnado!
A fé.
O sofrimento humano é um momento que dura até você encontrar-se com Deus, Javé, Buda, Alá, Adonai, Benin, Olodumaré, Exu, Zeus, o Nada. Como é bom poder dividir o nosso sofrimento com os deuses!
O verbo.
A palavra é o terreno do sagrado; ela me fortalece; devolve-me a confiança de que dias melhores virão; sonhos se renovam; nasce a esperança; enfim, mesmo quando a fé me parece inútil, as palavras me bastam.
A pena.
Tristeza, dor, raiva, sofrimento, ódio, solidão, depressão, etc., podem ser de dura pena, mas o que dizer do ser humano covarde, receoso, preguiçoso, invejoso, medroso, egoísta, incrédulo, apático, corrupto?
O perdão.
Quando se procura sinceramente a perfeição, o correto, o verdadeiro, o justo, o agradável; quando os gestos indecentes dão lugar aos valores nobres; o perdão está sempre perto e à espera de nós.
O desejo.
A força de um homem não está naquilo que ele possui, nos seus bens, mas naquilo que ele deseja. Quando desejamos muito uma coisa todo o universo conspira a favor, como disse o escritor Paulo Coelho.
O conhecimento.
Diante desse mundo, onde às vozes estridentes são dominantes, precisamos pensar mais em nós mesmos. O pensador grego Sócrates já dizia: “Conhece-te a ti mesmo”. Esse é o caminho!
A tolerância.
Há uma grande sabedoria na atitude do acolhimento do outro, do respeito às ideias adversas; no pensamento contraditório; precisamos, urgentemente, sermos empáticos.
A esperança.
Onde o egoísmo reina, que a solidariedade seja contagiante; onde impera à injustiça, que a justiça seja feita; onde não existe amor, que o amor seja à lei; será que um dia a humanidade entenderá o que isto significa?
Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021.
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