Dia 02 de outubro de 2022. Por volta das 15 horas, Amazonino Armando Mendes comparece à sede da Sefaz para votar.
Não demorou mais do que alguns segundos, suficientes para deixar a cabine de votação.
A poucos metros dela falou com a imprensa e foi para sua casa esperar o resultado da eleição da qual participou como candidato ao governo do Amazonas.
Logo após às 16 horas (horário local), início da apuração dos votos, Amazonino já estava fora do game. Remou muito para chegar classificado para o segundo turno. Não conseguiu.
O vento soprava forte, as águas do C, que banham Eirunepé, estavam revoltas. Não teve a sorte de Ulisses, que recebeu de Éolo uma bolsa de couro na qual tinha aprisionado todos os ventos tempestuosos.
E agora, o que fará Amazonino após o tempestuoso dia 02 de outubro? O que fará Amazonino após três derrotas políticas?
Opa! Derrota talvez não seja a palavrar certa para lembrar que, após vários mandatos democraticamente conquistados nas urnas, não logrou êxito em outras disputas como tantos líderes políticos, à exemplo de Miguel Arraes.
Para quem, provavelmente, se despede da política com um legado de Amazonino Mendes três eleições perdidas não significam derrotas. Muitos menos para um democrata que reconhece o direito sagrado do eleitor de escolher no voto os seus representantes.
Amazonino pode até sair da política ferido, mas derrotado, jamais!
As feridas terão a história e o seu legado como lenitivos. Um dia, as dores desaparecerão. O seu legado, não.
Ao contrário do que apregoam os seus adversários, Amazonino fez muito pelo Amazonas em 40 anos de vida pública.
A criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), tão somente, seria suficiente para justificar todo o seu legado e calar os seus adversários que o acusam, levemente, de nada ter feito pelo Amazonas em 40 anos de vida pública.
Errou muitas vezes, mesmo com a intenção de acertar, à exemplo do terceiro ciclo de desenvolvimento lançado sem aprofundamento científico e o necessário envolvimento das universidades e da produção de seus conhecimentos.
Ao se despedir da vida político partidária, Amazonino dá um passo na direção da história que, diferente de seus detratores, saberá fazer justiça a um caboclo que verdadeiramente honrou o verde amazônico, respeitou, amou e lutou pelo povo da terra de Ajuricaba.