Além das ações dos piratas que dominam e aterrorizam os rios do Amazonas, as empresas de transporte de cargas do estado estão enfrentando mais uma ameaça para manter o abastecimento de Manaus, e dos municípios do interior, com produtos como alimentos e combustível: os garimpeiros ilegais que ocupam principalmente a bacia do Rio Madeira, no sul do estado.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), após a operação realizada pela Polícia Federal no último dia 12 na região e que resultou na inutilização de balsas e equipamentos usados para dragar o rio, grupos de garimpeiros passaram a ameaçar diretamente – e em redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens – a segurança das embarcações regulares que fazem as rotas para os municípios do Madeira, e também entre Porto Velho (RO) e Manaus em represália.
Diante da insegurança para manter as atividades e dos riscos para a vida dos tripulantes, das populações ribeirinhas e de um grave acidente, o vice-presidente da entidade, Madson Nóbrega afirmou que o Sindarma irá encaminhar aos órgãos de segurança estaduais e federais solicitação para reforço imediato da fiscalização e vigilância.
“É mais um problema grave e urgente que temos que enfrentar diariamente porque as ameaças estão cada vez mais constantes e além das vidas envolvidas, ainda há o risco de um acidente ambiental irreversível de grandes proporções caso eles resolvam atacar uma embarcação com milhões de litros de combustível, como já ameaçaram repetidas vezes”, alertou Nóbrega.
O dirigente do Sindarma acrescentou que teme que se repitam nos rios do Amazonas, o que aconteceu na BR-319, logo depois da operação policial, quando garimpeiros atearam fogos em pneus e fecharam o acesso da ponte que liga o Amazonas a Rondônia, na entrada de Porto Velho.
“Eles já estão fechando trechos importantes do rio com paredões de balsas e dificultando a passagem das embarcações, inclusive ameaçando os tripulantes com armas. As empresas de navegação estão fazendo sua parte para manter o abastecimento e o transporte de cargas, mas o cenário tende a se agravar ainda mais e comprometer a segurança de todo o Madeira”.