A Petrobras ignorou um apelo do grupo de transição de Minas e Energia do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que suspendesse as privatizações em curso na estatal e a venda da Refinaria de Manaus Isaac Sabbá (Reman). A empresa finalizou na última quarta-feira (30) a venda das Reman e seus ativos logísticos para a empresa Ream Participações, dona da distribuidora Atem, por US$ 257,2 milhões.

Segundo a estatal, o valor da refinaria, com capacidade para processar 46 mil barris por dia, reflete o preço de compra de US$ 189,5 milhões, ajustado preliminarmente em função de correção monetária e das variações no capital de giro, dívida líquida e investimentos até o fechamento da transação.

O processo de desinvestimento da Reman foi lançado em junho de 2019 e em agosto de 2021 o contrato de venda da refinaria foi assinado com a Atem.

“Todo o processo levou mais de três anos para ser concluído e seguiu rigorosamente a Sistemática de Desinvestimentos da companhia, tendo sido aprovado em todas as instâncias da governança corporativa da Petrobras”, destacou a companhia.

A venda da refinaria de Manaus faz parte do projeto da Petrobras acordada com o Cade para se desfazer de metade de sua capacidade de refino. Ao todo o projeto original previa a venda de oito refinarias, mas até agora vendeu a refinaria da Bahia para o fundo árabe Mubadala.

A Petrobras se desfez ainda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, para a Forbes & Manhattan (F&M), e da Lubnor, no Ceará, para a Grepar.

Uma fonte na Petrobras disse que não seria possível suspender a venda da unidade de Manaus pois os contratos já estavam assinados e em fase final. “E não concluir esse processo poderia implicar em quebra de contrato”, lembrou a fonte.

Por outro lado, lembrou essa fonte, o processo de venda de outras unidades como a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, já tiveram seus processos de venda suspensos de vez por conta da chegada do novo governo. A estatal já vinha encontrando dificuldade para vender as unidades.

Há duas semanas, a estatal infomrou que já havia desistido de vender a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, por não atrair o interesse de investidores.

Segundo a estatal, o processo de transição para a Atem vai durar 15 meses. A Atem está presente em 14 estados, possuindo a distribuidora e mais de 320 postos franqueados.

“O valor recebido hoje de US$ 228,8 milhões se soma ao montante de US$ 28,4 milhões já pagos na assinatura do contrato de compra e venda. O contrato ainda prevê um ajuste final do preço de aquisição, que será apurado nos próximos meses”, disse a estatal em nota

A Petrobras deve apresentar nesta quarta-feira seu novo plano de negócios com a previsão de investimentos para 2023 e 2027. De acordo com fontes, o plano vai prever aportes entre US$ 70 bilhões e US$ 80 bilhões nos próximos cinco anos, mais que os US$ 68 bilhões anunciados para o período entre 2022 e 2026. Ainda assim, o plano deve ser revisado para cima no ano que vem, quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir e trocar a cúpula da estatal. (Com O Globo)

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