Após reunião entre futuros ministros do governo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), mais uma ação foi tomada pela segurança na transição. O Ministério da Justiça autorizou a utilização da Força Nacional até o dia 2 de janeiro, como apoio à posse de Lula.

A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28/12) e é assinada pelo secretário-executivo da pasta, Antonio Ramirez Lorenzo.

O emprego da Força Nacional de Segurança Pública será em apoio à Polícia Rodoviária Federal, nas atividades de escoltas. Segundo o texto, essa utilização acontece por causa da Operação Posse Presidencial 2023, “em caráter episódico e planejado, no período de 27 de dezembro de 2022 a 2 de janeiro de 2023”.

“A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública”, detalha a publicação.

Na terça-feira (27/12), o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que o DF contará com 100% das forças de segurança mobilizadas para atuar no dia da posse de Lula. Ibaneis também afirmou que a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) conversa com o Exército para “acelerar a desmobilização” de bolsonaristas no acampamento do Quartel General em Brasília.

De acordo com o chefe do Executivo local, já foram retiradas 40 barracas e a ideia é que até o dia da posse haja maior redução “de forma natural”.

Após manifestações antidemocráticas e tentativa de ataque terrorista na capital da República ao longo de dezembro, o esquema de proteção na data, tornou-se uma preocupação maior.

“Nós já vínhamos trabalhando a questão da posse em conjunto com a PF. Estaremos com todo efetivo da PMDF de prontidão e a PCDF também no apoio, infiltrados durante todo o movimento, principalmente pelos últimos acontecimentos”, pontuou Ibaneis.

Atos antidemocráticos

O mês que antecede a posse gerou um clima de tensão para a segurança pública do DF. No dia 12, bolsonaristas invadiram parte do centro da cidade e protagonizaram um episódio de quebra-quebra na altura da sede da Polícia Federal (PF). O manifestantes, que tentaram invadir a sede da PF, exigiam a soltura do líder indígena Serere Xavante.

Após uma noite que deixou rastros de campo de guerra urbana, ninguém foi preso.

No último final de semana, a situação agravou-se com a tentativa de terrorismo nos arredores do Aeroporto de Brasília. O empresário bolsonarista George Washignton de Oliveira Sousa, 54 anos, é um dos principais suspeitos de organizar o atentado. Em depoimento, o homem, que está preso na Papuda, confessou que esteve presente no ato do dia 12.

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