Foto: Bruno Kelly/Reuters)

A Polícia Federal (PF) voltou a pedir ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE) o envio integral das investigações que apura as mortes decorrentes da realização da pesquisa denominada “proxalutamida” para pacientes hospitalizado por covid-19.

A primeira solicitação dirigida ao procurador-geral de Justiça do Estado do Amazonas ocorreu em 2022, por meio do ofício nº 3935680/2022 – DELEFAZ/DRCOR/SR/PF/AM não atendido até o momento.

Em outubro de 2021, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) se manifestou em nota não só sobre pesquisa “Proxalutamida para pacientes hospitalizados por COVID-19 mas, também,  respeito de Flávio Cadegiani, o médico responsável por estudo com a  droga que pode ter levado à morte de 200 pessoas.

Cadegiani é também o médico responsável por um estudo clínico com o mesmo medicamento em três Estados que virou alvo de denúncias da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) pela possibilidade de ter levado à morte 200 pessoas.

Um dos casos clássicos e bastante explorado pela mídia ocorreu em Brasília, na clínica particular do endocrinologista, onde ele fez tratamento com o produto em fase de testes sem respaldo ético e científico necessário.

Um homem de 28 anos infectado pelo novo coronavírus procurou a clínica particular Instituto Corpometria, em Brasília, para tratamento com o endocrinologista Flávio Adsuara Cadegiani.

Em seu tratamento, o homem recebeu uma dose de 600mg de proxalutamida, seguida de 200mg diários pelos sete dias seguintes. O fármaco não possui registro no Brasil e foi utilizado pelo médico sem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), numa dose jamais aplicada oficialmente em um ser humano, segundo relatório publicado sobre o caso na revista britânica British Medical Journal (BMJ).

O endocrinologista foi inserido entre as 68 sugestões de indiciamento no relatório da CPI da Pandemia por crime contra a humanidade.

Para o então relator da CPI, seandor Renan Calheiros, as pesquisas com proxalutamida, “fraudulentas e não autorizadas”, indicam “que seres humanos foram utilizados como cobaias”.

A proxalutamida é uma droga experimental estudada para aplicação em pacientes com alguns tipos de câncer, como de próstata ou mama, pois bloqueia a ação de hormônios masculinos.

O fármaco não possui registros em nenhum país do mundo e tampouco pode ser comercializado, por ainda estar na etapa de pesquisa.

No Brasil, só é possível adquirir um remédio sem registro da Anvisa com o propósito de estudo clínico aprovado pela CONEP ou através de solicitação de uso compassivo, para tratar pacientes portadores de doenças debilitantes e graves para as quais não exista medicação.

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