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Com causas ainda desconhecidas, a fibromialgia é uma doença crônica em que o paciente manifesta como sintoma dores contínuas em pelo menos 80% do corpo, principalmente na musculatura, além de muita sensibilidade ao toque. A condição é a segunda desordem reumatológica mais comum depois da artrite, e acomete entre 2% a 8% da população brasileira. A incidência é maior entre as mulheres de 30 a 60 anos, que representam 70% dos casos.

Quais os sintomas da fibromialgia?

O principal sintoma é a dor difusa crônica, ou seja, em ao menos quatro das cinco regiões do corpo — braço direito, braço esquerdo, perna direita, perna esquerda e tórax — e, normalmente, o paciente não consegue definir quando e em qual região as dores começaram.

Segundo a reumatologista Marcella Andrade, muitos sentem dor no toque ou em um abraço mais apertado, e isso está relacionado com alterações no cérebro:

— Existe um processo de sensibilização central tanto na fibromialgia como em outras dores crônicas. É como se o nosso cérebro readaptasse as conexões, os neurotransmissores, e, por estar acostumado a sentir dor, transforma situações em que não se sente dor, em dor.

Muitas vezes, os quadros de fibromialgia são associados com:

  • Síndrome do intestino irritado;
  • Dor de cabeça crônica;
  • Fadiga;
  • Distúrbios de sono;
  • Transtornos de humor, como depressão e ansiedade;
  • Déficit de atenção e de memória;
  • Formigamento nas mãos;
  • Ardência ao urinar.

O que causa a fibromialgia?

Ainda não há causa definida, mas a comunidade médica acredita que possa estar relacionada a uma desregulação da dor no sistema nervoso, que leva os pacientes a sentirem mais dor. Médica reumatologista Júlia Yoneshigue afirma que há fatores externos que podem levar ao desenvolvimento da fibromialgia:

— Como outras doenças reumatológicas, ela pode piorar ou se manifestar após um transtorno traumático, estresse emocional, esforço físico exacerbado, trauma físico ou infecções.

A reumatologista Marcella Andrade ressalta que a doença se manifesta muito em casos de mulheres que sofreram abusos psicológicos e sexuais durante a adolescência e o início da vida adulta, e também pode estar relacionada com situações de grave estresse, como a perda de um ente querido ou um ambiente de trabalho tóxico.

Como tratar a fibromialgia?

O tratamento dos pacientes envolve a combinação entre exercícios físicos e medicação, como antidepressivos e ansiolíticos. O primeiro passo para a recuperação é realizar atividades físicas ao menos duas vezes por semana, sobretudo aeróbicas, como natação e caminhada, mas também hidroginástica, alongamento e fortalecimento muscular.

O uso de medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos, atua no controle da regulação central da dor e independe de o paciente apresentar transtornos de humor. Nesses casos, também age em depressão e ansiedade. Também são usados relaxantes musculares e neuromoduladores.

O acompanhamento deve ser feito a partir de uma equipe multidisciplinar, com reumatologista, psicólogo, profissional de educação física ou fisioterapeuta e, em casos de transtornos psiquiátricos, neurologista e psiquiatra. O paciente também deve recorrer às terapias alternativas, como acupuntura e higiene do sono.

A reumatologista Marcella Andrade comenta que, caso o tratamento medicamentoso convencional não funcione, há estudos que comprovam a eficácia do canabidiol, substância encontrada na maconha que é utilizada para redução de ansiedade e para melhorar o padrão do sono.

Existe prevenção?

Não. Entretanto, as especialistas recomendam que os pacientes mantenham a alimentação saudável, a prática regular de atividades físicas, uma boa qualidade do sono, além de evitar estresse emocional, para para reduzir as chances de evolução e desenvolvimento da doença.

Com informações de: O Globo

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