O ex-vice-presidente e atual senador federal Hamilton Mourão (Republicanos-RS) resumiu a reunião de Jair Bolsonaro (PL) com chefes das Forças Armadas para tratar de um suposto plano de intervenção militar como “um mero blá-blá-blá”.

Ao ser questionado se os militares envolvidos na trama golpista deveriam ser punidos, Mourão fez um paralelo entre as tentativas de impedir a posse de Juscelino Kubitschek, em 1956, e as reuniões sobre o “suposto” golpe de Estado em 2022.

“Ali realmente você teve uma investida. Agora, o que há é um mero blá-blá-blá…”, afirmou o senador em entrevista ao jornal O Globo.

Procurado pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Mourão chegou a minimizar a reunião sobre golpe de Bolsonaro com militares. “Se isso for verdade, é algo que já passou, que não tem mais relevância”, declarou o senador.

“Vai pertencer à história apenas”, diz Mourão

Mourão duvidou do conteúdo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro: “Se for verdade a delação do Mauro Cid sobre essa suposta reunião, o que houve foi uma discussão”.

“Segundo ele, uns disseram que eram contra e outro disse que era a favor. Isso é um assunto que vai pertencer à história apenas”, concluiu.

O senador também criticou a prisão de Mauro Cid e a atuação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Para Mourão, Dino “fala demais”. Além disso, Mourão disse que algumas investigações da PF “não estão sendo bem conduzidas”.

Plano golpista

Mauro Cid afirmou em delação à Polícia Federal (PF) que estava presente nas reuniões onde Bolsonaro, a cúpula das Forças Armadas e ministros discutiram um golpe de Estado.

Ainda segundo o depoimento do ex-ajudante de ordens, então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, apresentou uma suposta minuta do golpe (que previa convocação de novas eleições e prisão de adversários políticos).

Na delação, Cid também contou que o almirante da Marinha Almir Garnier Santos estaria disposto a apoiar o então presidente caso fosse convocado por Bolsonaro. No entanto, o comando do Exército não teria concordado. Com informações de Metrópoles.

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