Foto: Lucas Tavares/ Agência O Globo

O Índice de Preço dos Gastos Familiares (IPGF), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que a cesta de consumo das famílias barateou 0,08% em setembro. Embora a gasolina tenha alavancado os custos no mês, o barateamento dos alimentos ajudou a equilibrar a conta final.

O indicador atualiza mensalmente os pesos dos produtos consumidos, assimilando mudanças no comportamento do brasileiro. Se o consumidor deixa de comprar carne vermelha e passa a comprar mais ovos, por exemplo, os itens trocados perdem peso no levantamento.

O mesmo vale para quando o carro particular é substituído pelo transporte público, por conta do aumento do custo da gasolina, ou quando o arroz perde espaço para o macarrão no carrinho do mercado.

“Esses itens perdem peso na cesta de consumo das famílias e seus aumentos de preço passam a comprometer menos o custo de vida. Assim, no longo prazo, esse efeito acaba gerando um número menor de inflação”, detalha o economista Matheus Peçanha, autor da pesquisa.

Consequentemente, o IPGF acumula uma inflação menor no longo prazo comparativamente aos índices tradicionais como o IPCA, do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

O IPGF acumula alta de 2,22% no ano, enquanto o IPCA acumula alta de 3,50% no ano. Em 12 meses, o IPGF acumula 3,63% de alta, contra 5,19% de alta no caso do IPCA.

Pesou positivamente para o resultado a categoria de Transportes, com inflação de 7,88% em relação a setembro do ano passado.

Dentro desse grupo, a gasolina foi o item que mais contribuiu para o aumento nos preços, avançando de 3,94% para 16,56%. O etanol também encareceu e passou de uma deflação de 7,76% para uma inflação de 4,68%.

Outros três grupos também apresentaram aceleração nos preços: Alimentação (de –4,14% para –3,91%); Comunicação (de –6,72% para 1,56%) e Serviços Prestados às Famílias e Atividades Pessoais (de 5,43% para 5,54%).

A Alimentação, apesar de acelerar em termos interanuais, se mantém no negativo pelo quinto mês consecutivo (–0,24%), ajudando a equilibrar o índice e evitando aumento na cesta de consumo.

André Braz, um dos economistas responsável pelo levantamento, afirma que o grupo dos alimentos pode interromper sua trajetória de queda em breve.

— Para a alimentação, temos a questão do fenômeno El Niño. Nossas coletas já mostram alguma alteração para cima. Pode ser que esse grupo não ofereça a trégua que esperávamos no final do ano — afirma.

Com informações de: O Globo

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