Luciane Barbosa Faria e o secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, Rafael Velasco Brandani (Foto: Reprodução: Instagram/ @associacaoliberdadedoam)

O deputado Amom Mandel (Cidadania) protocolou nesta segunda-feira, 13, na Procuradoria Geral da República (PGR), notícia-crime  para investigar as visitas de Luciane Barbosa Farias, a conhecida como “dama do tráfico”, ao Ministério da Justiça.

Luciane Barbosa Farias é mulher de Tio Patinhas, preso em dezembro de 2022. Ele já havia sido detido em 2018, quando já era considerado um dos criminosos mais procurados do Amazonas, mas foi solto por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi ao X rebater as acusações de que a pasta teria intencionalmente recebido uma afiliada à facção criminosa Comando Vermelho (CV), classificando as alegações como “vil politicagem”.

O pedido do parlamentar foi feito com base em denúncias divulgadas pelo jornal O Estadão.

De acordo com a reportagem do Estadão, Luciane é o braço financeiro da operação do marido, e foi ao Ministério da Justiça em março e maio de 2023.

O  secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, recebeu um pedido da advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL para receber uma delegação de mulheres, e Luciane estava entre elas.

Nos bastidores, assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, consideraram o episódio um erro de Vaz, que “deveria ter checado” a lista de participantes.

Elias Vaz, confirmou que Luciane acompanhava a ex-deputada Janira Rocha.

Além de Luciane, estavam presentes, segundo ele, estavam as mães de uma menina e de um jovem assassinados – as duas pediam celeridade nas investigações dos casos.

“Ela [Luciane] estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário. Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que elas procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN)”, afirmou Vaz, em nota. ” Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a marca da seriedade, e atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas.

Mandel acredita que relações suspeitas entre o Comando Vermelho e o Ministério da Justiça podem impactar na segurança pública do país e na credibilidade da pasta.

“A parte mais grave dessas revelações é que não temos como saber o que realmente foi conversado entre a líder do CV amazonense e as quatro autoridades com quem ela encontrou. Além disso, o MJ não tinha como identificar a quem estava permitindo o acesso? Isso é muito sério, porque começamos a desconfiar do trabalho de inteligência no país”, criticou o deputado.

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