São Paulo — Edilson Martins de Oliveira, de 35 anos, matou a vizinha esganada em Aguaí, interior de São Paulo, nessa quarta-feira (2/10). A vítima é Maria Aparecida Pereira Alves, de 23 anos. Uma consulta processual na Justiça de São Paulo mostrou que o suspeito teve o regime aberto concedido em 16 de setembro, pouco mais de duas semanas atrás.

Edilson estava preso desde 2011. Em junho de 2018, o juízo da 1ª Vara de Execução Criminal de Bauru negou o pedido de regime semiaberto formulado pelo preso. Em setembro do ano seguinte, no entanto, a Justiça concedeu a progressão de regime.

O regime semiaberto foi suspenso cautelarmente em 2020 devido a uma falta disciplinar grave cometida em 5 de maio daquele ano. Já em 2021, foi reconhecida outra falta disciplinar grave ocorrida em 26 de março de 2020.

Após as duas faltas graves, o preso perdeu 62 dias que havia conquistado de remissão, relativamente ao período de 20/08/2012 a 14/06/2014, e voltou ao regime fechado.

Edilson cometeu outra falta disciplinar, desta vez de natureza média, em 13 de dezembro de 2021. No mês passado, o réu conquistou o direito ao regime aberto. Ele já havia fornecido à Justiça um endereço em Aguaí, cidade onde cometeu o crime.

De acordo com o delegado seccional de São João da Boa Vista, José Gonzaga Pereira da Silva Marques, este é o quarto homicídio cometido por Edilson. “Trata-se de pessoa dotada de um temperamento extremamente agressivo. Esse é o quarto homicídio que ele comete. Está há pouco tempo na rua, cumpriu longos anos de cadeia”, disse.

O delegado informou em comunicado à imprensa que a polícia trabalha com a hipótese de que Edilson cometeu o crime por razões de ódio que mantinha com a vizinha , uma vez que eles não tinham uma relação pessoal. Apesar disso, o caso foi registrado como feminicídio pela Delegacia Seccional de São João da Boa Vista.

Entenda o crime

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, uma equipe foi chamada na madrugada desta quarta-feira (2/10), por volta de 0h30, para prestar apoio à Guarda Civil Municipal (GCM) em um caso de homicídio na Rua Vereador José Bordin, na Vila Regina.

Segundo a GCM, Edilson Martins de Oliveira ligou para o irmão e disse que havia acabado de cometer o crime. Equipes da GCM, da PM e do SIG foram ao local e encontraram o homem com o corpo coberto de sangue, segurando um facão. O suspeito tentou fugir, mas foi capturado.

Conforme o BO, os policiais foram informados por um vizinho que a moradora de uma casa ao lado, que trabalhava em uma empresa local, não havia sido vista naquele dia.

Ao fazer busca na residência, a equipe encontrou o corpo da jovem caído no chão do quarto, ao lado da cama. Ela estava seminua e uma grande quantidade de sangue estava no cômodo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) confirmou o óbito no local. De acordo com a Polícia Civil, ela morreu esganada.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e foram requisitados exames necroscópico e sexológico em razão da suspeita de possível crime de estupro.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou ao Metrópoles que Edilson foi encaminhado à delegacia, onde permaneceu à disposição da Justiça. A reportagem apurou que ele foi transferido para o CDP de Aguaí.

“Com ele foi apreendida a faca usada no crime. A autoridade policial solicitou perícia ao local e realiza diligências visando o devido esclarecimento dos fatos”, disse a SSP.

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