O último debate realizado pela TV Amazonas entre os candidatos David Almeida (Avante) e Capitão Alberto Neto (PL) pouco prosperou em matéria de propostas. De concreto, muito pouco foi apresentado ao eleitor para que decidisse o seu voto no dia 27, domingo.

Alberto Neto, por exemplo, o primeiro a ter a palavra, começou o debate  como um furacão, acusando a justiça eleitoral de censurá-lo e impedi-lo de usar a suas redes socias. Mas foi só o começo. David Almeida se encarregou de transformar o furacão em tímida brisa de verão.

Bastou que fosse acusado de “agente infiltrado”, à serviço dos empresários e do governador paulista, para perder força,  e a afoiteza que prometiam devastar com o seu adversário.

Com dificuldade para se defender do ataque surpresa, o capitão bolsonarista, trôpego, tergiversou, pálido e, timidamente, mirou contra os senadores Eduardo Braga e Omar Aziz, acusados como responsáveis pelo fracasso da atual administração municipal, segundo ele, atolada em corrupção.

Mas o melhor ainda estava por vir. David Almeida fustigou Alberto Neto até o final do debate com as seguintes perguntas:

Por quê o deputado votou contra a Zona Franca de Manaus?

Por quê o deputado é aliado do governador de São Paulo?

Por quê o deputado votou contra o aumento do Bolsa Família?

Alberto Neto, a rigor, não respondeu a nenhuma das questão, preferindo usar o seu tempo para atacar, sem fundamento, os senadores e o presidente da República.

O que mais incomodaram Alberto Neto, entretanto, e que serviram para esvaziar de vez a sua bola, já murcha, foram as suas emendas parlamentares, a fazenda de camarão de sua propriedade no Ceará e, também, a sua tímida atuação como vice-líder de Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Por quê o deputado não destinou para Manaus um único centavo dos R$ 400 milhões de emendas mandadas para São Paulo, Goiás e Paraná? Por quê o deputado não viabilizou uma só casa para Manaus durante o governo Bolsonaro? Por quê a sua fazenda de camarão no Ceará está falindo?

No final do debate, com a força de um fraco redemoinho, o Alberto Neto ficou a uma palmo do nariz de seu adversário, que disparava uma sequência de ataques contra ele, do tipo “investigado por extorsão”, “investigado por Caixa 2”. 

Assim foi o debate.

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