Nesta quarta-feira (30), uma mulher de 35 anos foi presa em flagrante por policiais da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), acusada de torturar uma adolescente de 12 anos em Manaus. O crime aconteceu entre as 22h de terça-feira (29) e a madrugada de quarta, por volta das 3h, em um terreno abandonado no Centro, Zona Sul da capital amazonense.

A motivação do crime teria sido a suspeita de que a adolescente teria roubado R$ 12 mil da casa da agressora, localizada no bairro Mauazinho, onde a vítima morou e trabalhou por cerca de dois meses. Durante esse período, a adolescente cuidava dos filhos da suspeita, devido à grave condição de saúde da mãe, que enfrenta um câncer em estágio terminal.

 

Segundo a delegada Juliana Tuma, titular da Depca, a mulher e uma cúmplice, ainda não identificada, decidiram raptar a garota e a submeteram a torturas físicas para que confessasse o suposto roubo. A vítima relatou que foi queimada com sacolas plásticas e tampas de marmita de alumínio, sofrendo várias queimaduras nos braços.

A sessão de tortura durou cerca de cinco horas, durante as quais a adolescente foi queimada, levou socos no rosto e sofreu outras agressões, causando hematomas e ferimentos pelo corpo. Desesperada e temendo pela própria vida, a menina fingiu que confessava o roubo e prometeu levar as agressoras até o local onde supostamente estaria o dinheiro. Durante o trajeto, conseguiu pular da moto em movimento, correndo em direção a um condomínio nas proximidades do Shopping, na Avenida Paraíba, Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi socorrida por moradores e funcionários.

“Ela é uma adolescente com compleição física de uma criança de nove anos e passou por uma tortura que poderia ter resultado em morte”, explicou a delegada Juliana Tuma, destacando a gravidade do caso.

Prisão e investigação em andamento

Após ser socorrida e levada para atendimento médico, a adolescente identificou a agressora, que foi presa em casa no bairro Mauazinho. Durante a abordagem policial, a suspeita chegou a desacatar a delegada e a equipe de policiais, demonstrando comportamento agressivo. A segunda mulher, envolvida no crime, ainda não foi localizada.

As duas agressoras devem responder por sequestro e tortura. O caso segue sob investigação da Depca, que busca identificar e prender a segunda suspeita. O crime chocou a comunidade local, destacando mais uma vez a importância de ações rigorosas para proteger crianças e adolescentes de abusos e violências extremas.

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