São Paulo — A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) prenderam, na manhã desta quinta-feira (31/10), 36 pessoas suspeitas de cometer crimes de abuso sexual infantil.
Das detenções, 35 foram em flagrante e uma temporária.
As prisões foram parte da Operação Lobo Mau, deflagrada em 20 estados e no Distrito Federal, que mira uma organização criminosa que produzia e distribuía material pornográfico infantil.
Foram cumpridos 92 mandados de busca e apreensão. Um homem da cidade de Olímpia, no interior de São Paulo, foi preso em Guarapari, no Espírito Santo.
As outras prisões foram em flagrante durante buscas e apreensões nos 94 locais, nos estados do Pará, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Em São Paulo, 11 detenções foram feitas nas cidades de São José do Rio Preto, Caraguatatuba, Jacareí, São Sebastião da Grama, Campinas, Itanhaém e Sorocaba. Entre os presos, estão acusados de produzir material. Em Itanhaém, a Polícia Civil localizou uma espécie de estúdio usado para a produção e edição dos vídeos.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o grupo encontrava as vítimas em games virtuais. Os suspeitos contatavam as crianças em chats de jogos de videogame e em redes sociais, e as manipulava para enviar fotos e vídeos nus, que eram mais tarde divulgados e comercializados.
Nas buscas, foram encontrados vários dispositivos eletrônicos usados pelos suspeitos. A polícia espera encontrar outros suspeitos a partir deles.
O delegado Everson Contelli, seccional de Fernandópolis, participou da operação e disse que os presos não têm mais direito à fiança: “Ressalte-se que, independentemente de ser produtor ou por armazenar, os crimes agora são considerados hediondos. Antes existia a possibilidade de fiança, mas agora, com recente lei, isso não é mais possível”, afirmou. Ele lembrou, ainda, que, a depender do caso, os suspeitos poderão responder por crimes do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo a SSP, o nome Lobo Mau “faz referência ao criminoso predador sexual que se esconde atrás de uma fachada de normalidade para se aproximar da vítima, ganhar a confiança dela e depois atacá-la, situação potencializada enormemente no ambiente virtual”.
Além da Polícia Civil de São Paulo e do MPSP, a embaixada dos Estados Unidos e a agência Homeland Security Investigations também participaram da investigação.