O governo federal trabalha para entregar 100% das obras prometidas para receber a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30). O evento será sediado em Belém (PA), em novembro do próximo ano.
Ao Metrópoles, o secretário Extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva, afirmou que o governo não quer repetir os erros da Copa do Mundo, em que 10 anos após o evento, ainda há obras inacabadas. “Estamos tomando muito cuidado para não começar nada que não termine”, frisou o secretário.
Atualmente, há mais de 20 pontos de obras espalhadas pela cidade. Entre os projetos, estão a reforma do Mercado Ver-O-Peso, a adequação da infraestrutura da Base Aérea de Belém e do Terminal Hidroviário Internacional. Segundo o chefe da pasta, a previsão é que as estruturas sejam entregues até meados de outubro. Até o momento, foram contratados R$ 6 bilhões de investimento em melhorias.
“Cada uma [obra] tem seu time, mas todas elas estão dentro do cronograma para serem 100% entregues antes da COP”, ressaltou Correia.
Infraestrutura
Um dos maiores desafios para a organização da COP30 é em relação à acomodação das autoridades que desembarcarão no Brasil em novembro. Segundo cálculo do governo, são esperados cerca de 45 mil a 50 mil negociadores, além de outras 50 mil pessoas que circularão em outras agendas.
A questão gira em torno da capacidade dos hotéis em receberem negociadores que estão acostumados com hospedagens de alto padrão. Para contornar o problema, foi oferecido um financiamento por meio do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) para obras de modernização dos hotéis.
Também está sendo construído um hotel modular, com 500 apartamentos, que depois será transformado em uma estrutura administrativa para o governo estadual.
Outra opção é o uso de navios de cruzeiro para hospedagem dos participantes. Para isso, o governo trabalha na ampliação do Terminal Hidroviário Internacional, que vai abrigar duas embarcações durante o período do evento. Além disso, a organização conversa com plataformas de aplicativo de hospedagem para ampliar as opções.
Há ainda planos para adequar a segurança e mobilidade na cidade. Em relação à infraestrutura aérea, foi feito um acordo com a concessionária que administra o aeroporto de Belém para acelerar as obras de modernização. Além disso, a malha aérea deve ser ampliada no período do evento.
Apesar dos desafios, Valter Correia descarta a possibilidade de transferir reuniões da COP para outras cidades.
“Se você for descentralizar, você tem que descentralizar também os investimentos. Já está assegurado R$ 6 bilhões em Belém. E ninguém é maluco de colocar todos esses investimentos lá para depois fazer parte da COP em outras cidades. Seria uma maluquice”, avalia o secretário.
Com informações de Metrópoles