Líderes das equipes docentes das mais de 600 escolas da rede estadual, os diretores escolares são os protagonistas desta terça-feira (12/11), quando é comemorado, nacionalmente, o Dia do Diretor Escolar. A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar homenageia esses profissionais, com histórias de atuação em prol da melhoria da qualidade de ensino amazonense.
Há 40 anos na educação, a atual diretora da Escola Estadual (EE) Pedro Gislandy, localizada na zona oeste de Manaus, Cecília Otto, conta que a vasta experiência não é sinônimo de comodismo. Cecília foi a primeira gestora do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Paulo Freire, e tem na função de definir estratégias educacionais inclusivas e integradoras a sua maior paixão.
“Eu me sinto útil para a sociedade, é como sou feliz. Na minha escola, busco estar atenta em cada um, ao emocional, à frequência escolar. Essa é um pouco da nossa função. Acolher, ouvir, orientar e ser rígida, se necessário. Estar de braços abertos para o novo”, destacou Cecília.
Tradicional no bairro da Compensa, zona oeste de Manaus, a EE Padre Gislandy formou diversas gerações de moradores em seus mais de 50 anos de existência. E é com essa importância que ela é tratada pela diretora Cecília.
“Aqui, funcionamos nos três turnos e busco estar presente o tempo inteiro. Por lidarmos com adolescentes, a necessidade é ainda maior. Quando não estou aqui, é como se estivesse deixando minha casa vazia”, ressaltou a diretora, também agradecendo a união dos gestores da Coordenadoria Distrital de Educação (CDE) 4, que, de acordo com ela, dividem juntos as responsabilidades das suas respectivas escolas.
É, também, deste grupo de diretores escolares que, há 8 anos, a diretora Regilene Rocha fortalece as estratégias de ensino e aprendizagem da EE Isaac Benayon Sabbá. Mesmo após um cenário de adversidade, por conta da pandemia de Covid-19, a diretora conduziu os seus discentes e docentes a um expressivo aumento na nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 6,6 para 7,1. O resultado, de acordo com a diretora, é fruto do trabalho em conjunto.
“Eu estipulo as metas e os planos, mas só é possível alcançar porque tenho uma equipe excepcional. Minha experiência enquanto gestora é sempre tentar ser inovadora, mas também deixando o espaço para receber inovação, porque várias cabeças pensam melhor que uma. Sou grata pelo ambiente acolhedor que conduzo, sinto que junto da minha equipe podemos tudo”, compartilhou a gestora.
Escola em movimento
Com 13 projetos científicos ligados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), um projeto de robótica em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), mostras de conhecimento bimestrais, iniciativa de descoberta de talentos esportivos e um projeto rotativo de clubes temáticos voltados para a tecnologia, esporte, cultura e vestibulares, o Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Maria Izabel Ferreira Xavier Desterro e Silva, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), é um corpo vivo em prol da formação de cidadãos.
Regente desta “locomotiva”, o diretor Fábio Luiz da Silva trabalha há 12 anos com educação. Professor de Educação Física, a noção de movimento constante repassada na forma da gestão escolar é oriunda da formação deste profissional. São mais de 700 alunos em sua rotina, e a chave, de acordo com Fábio, está no trato com o ser humano.
“É o maior desafio dentro da gestão escolar. Gerir pessoas. É a nossa maior ferramenta e também é a nossa finalidade. Abdiquei de muitas coisas pessoais para assumir esse papel, mas é muito satisfatório. Gosto de enxergar meus alunos propondo, interagindo, idealizando, por isso, construímos tantas iniciativas”, enfatizou o diretor.
E como exemplo também de iniciativas destinadas à equipe docente, a diretora Cleny Alves desenvolve, na EE Almirante Ernesto de Mello Baptista, na zona oeste de Manaus, uma verdadeira força-tarefa para melhor preparar seus profissionais.
Com o programa de Integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), incentivos de formação continuada, debates sobre os recursos financeiros escolares, atividades de inclusão e diversidade, além do fomento da presença dos familiares dos estudantes na unidade de ensino, o objetivo é criar uma rede de possibilidades para uma melhor rotina de trabalho na instituição.
“São dez anos à frente da escola. E ser gestor é pensar no todo. Gerimos recursos humanos, financeiros, físicos e pedagógicos, sempre com o objetivo de criar um ambiente escolar que eduque dentro da linguagem desses jovens. É uma função nobre”, finalizou Cleny.
