General Nilton Diniz Rodrigues, comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em São Gabriel da Cachoeira

A inclusão do nome do General de Brigada Nilton Diniz Rodrigues, comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em São Gabriel da Cachoeira (AM), na lista de indiciados pela Polícia Federal (PF), causou surpresa em diversos setores. O general é investigado no âmbito do inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Atualmente à frente de uma unidade estratégica na fronteira com a Venezuela, Nilton Diniz Rodrigues é um oficial de carreira com trajetória destacada no Exército Brasileiro. Antes de assumir o comando da brigada, em abril de 2023, ele atuou como assistente do então comandante do Exército, General Freire Gomes, durante o governo de Jair Bolsonaro.

O nome do general surgiu após a recuperação de dados de dispositivos eletrônicos, como os do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Os arquivos revelaram informações que ligam militares de alta patente a planejamentos considerados golpistas. Nilton Diniz foi convocado pela PF para prestar depoimento no início de novembro, como parte do aprofundamento das investigações.

O general é membro do seleto grupo de Forças Especiais do Exército, conhecido como “Kids Pretos”. Essa unidade de elite, treinada em técnicas avançadas de combate, foi mencionada em investigações que apuram o uso de táticas militares durante os ataques de janeiro.

Além do general Nilton Diniz, outros oficiais das Forças Armadas também estão sendo investigados, como o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Segundo a PF, o planejamento dos atos de janeiro incluiu ações detalhadas, como o levantamento de informações sobre as rotinas de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

A presença de um oficial da ativa de tão alta patente na lista de indiciados ressalta a gravidade das descobertas da Polícia Federal. As investigações buscam elucidar o papel de membros das Forças Armadas nas articulações que colocaram em risco a democracia brasileira.

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