Após sediar a Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou as agendas em Brasília, mas mudando o foco para temas internacionais nos próximos meses.
No começo de dezembro, nos dias 5 e 6, o petista tem um compromisso com demais chefes de Estado em Montevidéu, no Uruguai, para tratar do Mercosul.
Há bastante expectativa de que o bloco consiga retificar acordo comercial com a União Europeia (UE), em tratativas há mais de 20 anos.
O texto chegou a ser assinado em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (PL), mas, sem a ratificação das duas partes, ele é tido como inválido. Lula tenta finalizar o acordo em novos termos, mais benéficos para o Mercosul, o que seria uma grande vitória na área internacional de sua terceira gestão.
Em setembro, durante visita aos Estados Unidos, o chefe do Executivo disse que nunca esteve “tão otimista com o acordo União Europeia e Mercosul” e ressaltou “que o Brasil está pronto para assinar o acordo, agora, a responsabilidade é toda da União Europeia, e não do Brasil”.
“Cop da virada”
Além disso, Lula prepara o terreno para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará, em novembro de 2025.
No G20, o titular do Planalto colocou a marca de “COP da virada” no evento de Belém: “A COP30 será nossa última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático. Conto com todos para fazer de Belém a COP da virada”.
O pleito para receber a COP na Amazônia foi de Lula, antes de assumir o terceiro mandato. Nos eventos internacionais e encontros com líderes mundiais até lá, o chefe do Executivo deverá aproveitar para negociar bons anúncios a serem feitos.
A preservação do meio ambiente e a transição energética são bandeiras do governo petista, encabeçadas, principalmente, pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que atua também como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O Brasil espera chegar à COP30 com melhora contínua nos números de desmatamento da Amazônia e do Cerrado, como foi verificado este ano.
No entanto, causa preocupação para os ambientalistas a vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e a fragilidade do Acordo de Paris, que completará 10 anos em 2025.
Dessa forma, será preciso renovar o texto para proteção climática ao redor do mundo e bastante diplomacia a fim de incluir Trump nas principais agendas a favor do clima. Com Metrópoles.