O câncer de pâncreas é uma doença silenciosa e agressiva. Os sintomas são frequentemente confundidos com os de outras condições e, por isso, o diagnóstico costuma ser tardio, permitindo que o quadro evolua para estágios mais graves antes de qualquer intervenção.
“O câncer ocorre quando as células crescem de forma irregular e formam um tumor. Por estar localizado em um órgão de pouca sensibilidade, os sintomas geralmente se confundem com os de condições comuns, como dores no estômago ou nas costas”, explicou o oncologista Márcio Almeida, da Oncoclínicas Brasília, em entrevista anterior ao Metrópoles.
A oncologista Janyara Teixeira, da Rede D’Or, em Brasília, acrescenta que a doença é altamente agressiva e apresenta alta taxa de mortalidade. “Na maioria dos casos, o câncer de pâncreas cresce para fora do órgão, o que torna a cirurgia de remoção um procedimento complexo”, destacou a médica em em entrevista anterior ao Metrópoles.
Embora o tumor geralmente não cause sintomas perceptíveis nos estágios iniciais da doença, pequenas mudanças no corpo podem surgir à medida que ele progride. Confira cinco sintomas que podem indicar a presença do câncer.
5 sintomas do câncer de pâncreas:
1 – Icterícia
A icterícia é caracterizada pelo tom amarelado nos olhos e na pele, causado pelo acúmulo de bilirrubina no corpo. Essa substância, de cor amarelo-escura, é produzida no fígado e está envolvida no processo de quebra de gorduras.
“O câncer que se inicia na cabeça do pâncreas pode comprimir a via biliar, impedindo que a bilirrubina siga seu caminho normal. Isso faz com que ela se acumule no organismo, levando à icterícia”, explicou a oncologista Janyara Teixeira.
2 – Perda de apetite e peso
A perda de peso e do apetite em pacientes com câncer de pâncreas está associada ao estado inflamatório do órgão. Segundo Janyara, o processo inflamatório faz com que o organismo libere proteínas como a interleucina e o interferon, que inibem a vontade de comer.
3 – Alterações nas fezes
Diarreia, constipação, mudanças nas características das fezes — incluindo cor e textura — podem ser sinais de pancreatite crônica, condição associada ao câncer de pâncreas. “Essas alterações ocorrem porque o processo inflamatório no órgão compromete a liberação de enzimas essenciais para a digestão”, afirmou a médica.
4 – Dor abdominal ou nas costas
A dor no abdômen ou nas costas é um sintoma comum em pacientes com a doença. O crescimento do tumor pode causar compressão nos órgãos vizinhos e em nervos ao redor do pâncreas, provocando desconforto persistente nessas regiões.
5 – Indigestão
As alterações no pâncreas podem impactar o funcionamento do estômago, uma vez que o órgão integra o sistema digestivo. “Se o tumor pressiona o estômago, ele pode ficar parcialmente obstruído, dificultando a digestão e provocando náuseas”, explicou Janyara.
Conheça sinais que podem indicar a presença de um câncer
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação.
Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença.
A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc..
Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago.
A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão.
Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido.
A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados.
Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos.
Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago.
Fatores de risco
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a maioria dos casos de câncer de pâncreas está relacionada à predisposição genética. A condição ocorre quando o paciente apresenta outros problemas de saúde associados à doença, como a síndrome de Peutz-Jeghers, síndrome de pancreatite hereditária ou histórico de câncer de mama ou ovário.
Além da genética, fatores ligados ao estilo de vida também podem aumentar o risco. Os mais importantes são o tabagismo, obesidade e doenças como diabetes e pancreatite crônica. O câncer de pâncreas também é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos.
Com informações de Metrópoles