Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados (foto da esquerda) | Reprodução (foto da direita)

Um homem com as mesmas características físicas do deputado Professor Alcides (PL-GO) aparece nu em vídeos feitos por um adolescente de 16 anos, que alega ter mantido relações sexuais com o parlamentar desde os 13.

A Polícia Civil de Goiás tem inquérito em andamento contra dois seguranças do congressista, presos sob suspeita de invadir a casa do adolescente e ameaçar a família do jovem para apagar vestígios de contato com o político.

Procurada, a equipe do legislador apontou “homofobia” no caso, negou envolvimento de Alcides com o rapaz e disse suspeitar de uso de Inteligência Artificial (IA) na produção do material.

Metrópoles teve acesso às gravações e ao inquérito, que corre sob sigilo. Devido a uma escolha editorial, não serão divulgados os recortes ou prints, por se tratar de um caso que envolve uma pessoa com menos de 18 anos.

Um indivíduo que seria o parlamentar foi gravado na cama e sem roupa e aparenta não saber que o jovem fazia os vídeos. A foto que abre esta reportagem mostra essa pessoa, que seria Alcides, de costas, sentada em uma cama, em foto no espelho tirada pelo menor.

Em um dos vídeos, o jovem se grava enquanto toca seu pênis e, na sequência, mostra um homem que seria o deputado – sem roupas e na cama. Em outro vídeo, os dois estão deitados.

Em uma das fotos, o menor aparece vestido, enquanto a pessoa indicada como sendo o parlamentar (com as mesmas características físicas dele) está deitada, sem roupa, mexendo no seu próprio celular. Alcides não é investigado pela Polícia Civil, que não tem competência para ações contra pessoas com foro privilegiado.

De acordo com o inquérito, o crime que levou à investigação aconteceu em 12 de janeiro de 2024 em Aparecida de Goiânia, cidade que fica na Região Metropolitana de Goiânia. Nesse mesmo dia, o garoto e sua mãe procuraram a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do município. A denúncia foi por “roubo majorado” praticado por três pessoas, com utilização de arma de fogo, e roubo de dois celulares do jovem.

Deputado prometia dinheiro para jovens, diz suposta vítima

De acordo com o depoimento do denunciante, citado no relatório final do inquérito policial apresentado no dia 7/1 deste ano, a história do garoto com Alcides teria começado em outubro de 2021. Na ocasião, o jovem tinha 13 anos.

O jovem narra que foi convidado a participar de uma seleção de jogadores de futebol sub-16 na casa do deputado, em Aparecida de Goiânia. De acordo com o jovem, outros adolescentes participaram da peneira, sob tutela de um segurança privado identificado como Leno.

Segundo o adolescente, ele ficou sozinho com Alcides após o parlamentar pedir para os demais saírem da casa e se dirigirem ao campo de futebol. Nesse momento, o parlamentar teria tocado no pênis do jovem e beijado sua boca. O congressista teria convidado o menor para o quarto e supostamente teria tido o pedido rejeitado.

De acordo com o depoimento, o garoto voltou à casa de Alcides dias depois, quando houve a suposta primeira relação sexual. O adolescente disse que o parlamentar prometeu dinheiro, mas não pagou. Após uma semana, ele disse ter acontecido outra relação, e que o envolvimento teria perdurado até outubro de 2024.

De acordo com o relatório policial, o garoto acrescentou que “Alcides mantinha relação sexual com outros adolescentes, os quais eram atraídos com a promessa de que se tornariam jogadores de futebol”.

Advogado de Alcides nega

A equipe do parlamentar, por meio do advogado Pedro Paulo de Medeiros, negou qualquer envolvimento do congressista com o menor.

Confira a nota da defesa, na íntegra:

“Em nome do deputado federal Alcides Ribeiro Filho, venho esclarecer que as acusações que têm sido divulgadas são absolutamente falsas, construídas a partir de mentiras e distorções que não correspondem à realidade.

O deputado não possui qualquer envolvimento ou conhecimento sobre os fatos mencionados, que são criações desprovidas de verdade. Trata-se de uma perseguição política que, além de evidenciar um caso de homofobia, envolve uma tentativa de extorsão criminosa para atacar sua reputação.

Foi denunciado às Autoridades competentes o uso de imagens falsas, concebidas a partir de montagens e, provavelmente, Inteligência Artificial, com a finalidade de atingir a honra do deputado Professor Alcides, de forma vil e criminosa.

Informo que todas as medidas legais cabíveis estão sendo adotadas para responsabilizar os envolvidos nessa tentativa de descredibilização e ofensa à sua honra.”

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