A funcionária pública Andreia Freitas, mãe da pequena Andressa Eva Freitas de Moraes, de apenas 1 ano e três meses, continua clamando por justiça quase três anos após a tragédia que tirou a vida de sua filha. A menina foi atropelada no dia 5 de setembro de 2021, na rua Padre Israel, bairro da Rocinha, em Manicoré, interior do Amazonas. O acusado, Juan Carlos da Silva e Silva, 30 anos, conhecido como “Lorada”, responde ao processo número 0601661-26.2021.8.04.5600, que tramita na Vara Única da Comarca de Novo Aripuanã. No entanto, o caso encontra-se suspenso desde 15 de julho de 2023.
Enquanto a ação criminal segue parada, a mãe do acusado, a empresária Maria das Dores Pinheiro da Silva e seus filhos movem um processo contra o Estado do Amazonas, pedindo uma indenização superior a R$ 2 milhões. O processo, de número 0435209-71.2023.8.04.0001, tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública e está concluso para sentença desde novembro do ano passado.
De acordo com a petição inicial, há a necessidade de reparação do dano moral sofrido, sendo os autores merecedores de uma compensação financeira por parte do Estado do Amazonas. Tal compensação deve servir como punição pedagógica ao requerido, em razão dos danos causados pela omissão de seus agentes no cumprimento de seus deveres.
Clamor por justiça
Revoltada com a morosidade do caso, Andreia gravou um vídeo nas redes sociais exigindo celeridade na justiça.
“Assassino tem que estar preso atrás das grades e condenado”, desabafou Andreia, pedindo que o caso de sua filha não fique impune. “Eu e minha família aqui de Manicoré clamamos por justiça.”
Segundo a família da vítima, Juan Carlos foi preso em flagrante no dia do atropelamento e transferido para uma unidade prisional em Manaus, onde permaneceu até maio de 2023, quando recebeu alvará de soltura. Em fevereiro de 2022, o juiz Marco Aurélio Plazzi Palis, da Comarca de Manicoré, decidiu pela pronúncia do acusado, encaminhando-o a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Relembre o caso
A tragédia aconteceu durante a comemoração do aniversário de uma barbearia, em um evento organizado pelo cabeleireiro Ricardo Souza, conhecido como “Tururuca”. A rua Padre Israel havia sido fechada para a celebração, transformando-se em um espaço de lazer para as crianças da comunidade.
Testemunhas relataram que, ao perceber a aproximação de um veículo prata conduzido por Juan Carlos, o organizador do evento advertiu o motorista sobre a presença de crianças na via e solicitou que ele retornasse. Segundo relatos, Juan Carlos teria ignorado o alerta, avançado com o veículo e atropelado a pequena Andressa.
Após o atropelamento, o acusado teria fugido do local e sido encontrado posteriormente em um balneário no município de Manicoré, onde foi preso enquanto consumia bebidas alcoólicas.
A família da vítima segue aguardando que a justiça avance e o acusado seja julgado.