
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentaria sérias dificuldades para se reeleger caso as eleições fossem realizadas hoje. Em entrevista à CNN Brasil no sábado (8), o ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro indicou que a rejeição ao petista tornaria inviável uma nova candidatura e apontou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceria o pleito.
“Como é que um homem que está com 49% de rejeição pode ganhar uma eleição, gente? Isso não existe. Isso é inviável”, disse o parlamentar. Para Nogueira, o cenário atual levaria Lula a reconsiderar uma tentativa de reeleição, temendo um desfecho negativo. “O Lula hoje, se tivesse uma eleição, ele não seria candidato. Ele sabe disso. Não vai manchar a sua história com a derrota no seu último mandato”, avaliou.
Cenário econômico e inelegibilidade de Bolsonaro
Ainda segundo Nogueira, o desempenho da economia será um fator determinante para o futuro político de Lula. O senador argumentou que uma tentativa de reeleição dependeria de uma “virada econômica” que, na visão dele, não está no horizonte. “Isso não está nas previsões do que vai acontecer”, declarou.
O líder do Progressistas também manifestou otimismo sobre a possibilidade de Bolsonaro recuperar seus direitos políticos antes de 2030. O ex-presidente foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após decisão tomada em 2023. “Antigamente, eu achava que era quase impossível. Hoje, ainda acho difícil, mas nós vamos lutar. Eu mesmo tenho um projeto que anistia o presidente, mas já não vejo mais como impossível”, afirmou.
Segundo Nogueira, o próprio Bolsonaro acredita na possibilidade de reverter a decisão da Justiça Eleitoral. No entanto, caso isso não ocorra, outras alternativas serão consideradas dentro do grupo político do ex-presidente. “Se isso não ocorrer, nós vamos buscar alternativas, mas a decisão será dele”, concluiu.
Relembre o caso da inelegibilidade de Bolsonaro
O TSE declarou Bolsonaro inelegível por 5 votos a 2 em um julgamento realizado em junho de 2023. A ação foi movida pelo PDT e questionava uma reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, quando Bolsonaro fez ataques infundados ao sistema eleitoral e ao Tribunal Superior Eleitoral.
Durante o encontro, transmitido pela TV Brasil e amplamente divulgado nas redes sociais, Bolsonaro lançou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas e promoveu sua própria candidatura. O episódio foi interpretado pelo TSE como abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, caracterizando uma tentativa de desequilíbrio no processo eleitoral.