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O abatedouro municipal de Nhamundá foi interditado após fiscalização conjunta da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que identificaram irregularidades graves no abate de bovinos e na destinação de resíduos. A decisão foi tomada em resposta a um pedido do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), após inspeções realizadas nos dias 18 e 19 de fevereiro.

De acordo com a Adaf, o processo de abate realizado no local não segue as normas sanitárias exigidas, colocando em risco a saúde da população devido à possibilidade de contaminação da carne. O Ipaam, por sua vez, constatou despejo irregular de resíduos sólidos e líquidos no rio, configurando um dano ambiental significativo.

A decisão de interdição foi comunicada pelo MPAM após reunião com a Prefeitura de Nhamundá e representantes dos órgãos fiscalizadores. Segundo a promotora de Justiça Ana Carolina Arruda Vasconcelos, a prefeitura será notificada sobre os pareceres técnicos e deverá apresentar um plano de regularização. Somente após a implementação das medidas corretivas, o funcionamento do matadouro poderá ser reavaliado.

Histórico de irregularidades

A situação do abatedouro municipal de Nhamundá não é recente. Em 2021, o MPAM ingressou com uma Ação Civil Pública contra o município devido à falta de licenciamento ambiental, com base em autuação do Ipaam. Em novembro de 2024, nova inspeção conduzida pelo Ministério Público e pelo Judiciário apontou a persistência de problemas graves, levando a prefeitura a prometer soluções dentro de um prazo acordado. No entanto, as recentes vistorias confirmaram que as irregularidades persistem.

Em nota, a Prefeitura de Nhamundá reconheceu a necessidade da interdição e afirmou estar buscando recursos, por meio de emenda parlamentar, para realizar as adequações exigidas e garantir a reabertura do matadouro conforme as normas sanitárias e ambientais.

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