
Fernanda Montenegro foi aplaudida de pé na pré-estreia do filme “Vitória”, que aconteceu no Theatro Municipal, em São Paulo, na noite da última segunda-feira, 10.
A atriz que, aos 95 anos de idade, protagoniza o filme inspirado em uma história real, foi ovacionada pela plateia ao reconhecer que desafiou suas limitações, e se emocionou ao lado do diretor do longa e seu genro, Andrucha Waddington.
Instantes antes de começar a exibição do filme, a veterana subiu ao palco ao lado do marido de Fernanda Torres e dos atores que compõem o elenco Alan Rocha e Sacha Bali.
Emocionada, Montenegro fez um discurso tocante, em que enalteceu seus 80 anos de profissão, a importância do diretor na composição de sua personagem.
“Eu tenho uma vida de palco, praticamente 80 anos de palco. Muito especial que essa noite, com esse filme chamado ‘Vitória’, nos reunisse aqui, nesse palco, onde eu já estive algumas vezes. Eu posso dizer o quê? Deus tarda, mas não falha”, brincou ao iniciar sua fala, arranco risadas do público.
“Filme é direção. A gente pode até acontecer de uma maneira milagrosa, espantosa, mas é o diretor que opta pelo que vai, pelo que não vai, a temática que vai por um caminho ou por outro. Algo que deve ser mais delicado vem mais à tona, o que deveria, em princípio, estar violento vai mais delicado. Então, o que eu agradeço aqui é a você, Andrucha. Obrigada”, declarou ela, recebendo um beijo do genro e sendo aplaudida pela plateia mais uma vez.
Fernandona, como foi apelidada pelos usuários de redes sociais, relatou que pegou covid-19 durante as filmagens, o que aumentou ainda mais os desafios da produção.
“O filme veio em uma hora muito complicada, ainda com muito vírus. Nosso elenco teve vírus, eu tive vírus. Mas, encontramos uma maneira de representar de uma forma não demagógica, uma coisa direta, limpa, sem nenhuma demonstração do que queremos demonstrar no filme – porque o tema também pedia isso -, fizemos de uma forma muito religiosa e sem nenhuma demagogia interpretativa”, completou ela.
As palavras de Fernanda Montenegro referem-se à história de “Vitória”, que gira em torno de uma aposentada que desmontou uma perigosa quadrilha de traficantes e policiais a partir de filmagens feitas da janela do seu apartamento no Rio de Janeiro.
Com a ajuda de um amigo jornalista, ela enfrentou os riscos e perigos de uma situação inimaginável.
“Então, essa noite é uma noite, para mim também, muito especial, porque na idade em que estou, posso até continuar fazendo minhas leituras em palcos, como já faço há bastante tempo, mas cinema pede físico, pede fôlego. Então, é um momento muito especial nesse palco aqui, agora. Muito obrigado”, encerrou Fernanda.
Com informações de IstoÉ