Com seu passaporte na mira do STF, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) decidiu permanecer nos Estados Unidos e tirar uma licença do mandato parlamentar na Câmara.

“Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria. Irei me licenciar, sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, anunciou Eduardo no final da manhã da terça-feira (18/3).

A decisão significa um recuo do parlamentar, que chegou a avisar a lideranças de seu partido que retornaria ao Brasil na terça-feira (18/3), após uma temporada de 20 dias nos Estados Unidos.

A informação tinha sido repassada à coluna pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Ele disse que Eduardo voltaria para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores.

“Eduardo volta na terça à noite para assumir o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores (Creden)”, disse Sóstenes à coluna na segunda-feira (17/3).

Procurado pela coluna na terça-feira, Sóstenes afirmou que “tudo mudou durante a madrugada” e que Eduardo decidiu ficar nos Estados Unidos e se licenciar do mandato na Câmara por quatro meses.

Com a decisão, o líder do PL disse que vai rever a estratégia em relação à Comissão de Relações Exteriores, que tinha sido pedida pela sigla para abrigar o filho 03 de Jair Bolsonaro.

No vídeo publicado nesta terça nas redes sociais, porém, Eduardo afirma que o deputado Zucco (PL-RS), atual líder da oposição na Câmara, assumirá o comando da comissão em seu lugar.

“Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais voltar para casa (…) Meu trabalho é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil”, afirmou o filho de Bolsonaro.

Passaporte de Eduardo Bolsonaro na mira

A Comissão de Relações Exteriores tinha sido escolhida pelo PL como um contraponto à ação ajuizada pelo PT no STF pedindo a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro.

No fim de fevereiro, deputados petistas ingressaram com o pedido no Supremo alegando que Eduardo estaria cometendo crime contra a soberania nacional, ao criticar o Judiciário no exterior.

Relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes enviou a ação para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e deu um prazo de cinco dias para o órgão se posicionar.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, no entanto, decidiu não cumprir o prazo. Como antecipou a coluna, Gonet avaliou que o descumprimento não traria ônus para o processo.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro. Trata-se do mesmo dia em que o PT apresentou ao Supremo o pedido de apreensão do passaporte do deputado.

Por causa disso, o filho 03 de Jair Bolsonaro, inclusive, faltou à manifestação liderada por seu pai no domingo (16/3), no Rio de Janeiro, em defesa da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro

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