Presidente da China, Xi Jinping. (Foto: World Economic Forum/Pascal Bitz/Divulgação)

O líder chinês, Xi Jinping, está irritado com a venda de portos do Canal do Panamá para um grupo liderado pelos EUA, pois a empresa de Hong Kong envolvida não buscou aprovação de Pequim, segundo fontes. A liderança de Xi pretendia usar os portos como moeda de troca com o governo Trump, mas o anúncio da venda frustrou esse plano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou o acordo como uma vitória sobre a China na disputa por influência na América Latina. A insatisfação de Xi sugere que ele também vê o canal como estratégico e quer evitar a percepção de derrota.

O acordo, anunciado em 4 de março, prevê que a CK Hutchison, controlada pelo bilionário Li Ka-shing, venda ativos portuários globais a investidores liderados pela BlackRock por US$ 22,8 bilhões, incluindo dois portos no Panamá.

Em Pequim, autoridades analisam formas de dificultar a transação, mas a China não tem meios diretos de bloqueá-la, pois os ativos estão fora de seu território. As partes envolvidas confiam na conclusão do negócio. Xi enfrenta um dilema: demonstrar insatisfação com a empresa de Hong Kong para preservar sua imagem de líder forte ou evitar uma escalada com os EUA. Pequim tem respondido com moderação às tarifas americanas, sinalizando cautela.

Fontes afirmam que Xi viu Li agir contra os interesses chineses e que há anos Pequim tem uma relação tensa com o bilionário, que reduziu sua dependência da China e de Hong Kong. Autoridades panamenhas garantem que os portos chineses não representam ameaça militar nem violam a neutralidade da hidrovia.

Com informações de ISTOÉ

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