Sander Koning / ANP / AFP

De São Paulo a Roterdã: a viagem de Memphis Depay à concentração da seleção holandesa para a rodada dupla desta semana contra a Espanha nas quartas de final da Liga das Nações da Uefa foi longa, tanto em termos geográficos quanto futebolísticos.

A última vez que o atacante de 31 anos vestiu a camisa laranja foi na Eurocopa do ano passado, na Alemanha, onde seu país perdeu nas semifinais para a Inglaterra. Sem contrato desde o fim do vínculo em junho com o Atlético de Madrid e após férias turbulentas em agosto em Mônaco, onde deu positivo no teste de alcoolemia, resolveu fazer as malas e em setembro foi apresentado como estrela do Corinthians, numa operação que surpreendeu a muitos.

Desde então ele tem se concentrado em sua nova vida no Brasil, aprendendo português e conhecendo seu novo país. Chegou a tocar tambor para pegar o ritmo em uma visita a uma escola de samba.

Enquanto isso, a Holanda disputou a fase de grupos da Liga das Nações naqueles meses, com Depay a milhares de quilômetros de distância.

Visita de Koeman

Mas com a chegada a fase de mata-mata da competição, com essas quartas de final contra a Espanha, Koeman decidiu viajar ao Brasil para avaliar diretamente se Depay poderia retornar ao elenco, como acabou acontecendo.

“Não se pode tomar uma decisão à distância. É preciso conversar com ele, vê-lo treinar. E decidir”, explicou na ocasião ao programa de televisão Studio Voetbal de seu país, após vê-lo em ação em dois jogos, contra o Guarani no Campeonato Paulista e contra a Universidad Central da Venezuela na fase prévia da Libertadores.

“Ele está mais em forma do que na Eurocopa. Falei com ele que teria duas vagas possíveis se voltasse: o banco ou o campo”, afirmou o treinador.

Em busca da artilharia na seleção

O retorno de Depay lhe permite tirar a poeira de um velho sonho: se tornar o maior artilheiro da história da seleção holandesa.

Em 98 jogos marcou 46 gols, o que o coloca apenas com quatro a menos que o recordista, Robin Van Persie, atual treinador do Feyenoord e que na sua época marcou 50 gols em 102 jogos.

“Ele é um grande nome para sua seleção. Esperamos que ele possa realizar o sonho de ser o artilheiro de sua seleção”, desejou recentemente Emiliano Díaz, auxiliar técnico do Corinthians.

Adeus à Libertadores

O Timão fez um esforço financeiro de 12,5 milhões de dólares (cerca de R$ 71 milhões pela cotação atual) segundo a imprensa local para contratar Depay em setembro, que assinou até 2026.

Nestes meses no Brasil, levando em conta todas as competições, a contribuição de Depay foi numericamente estimável (9 gols, 11 assistências), o que acabou por convencer Koeman de que ele era um elemento ainda útil para a sua seleção.

Mas em seu retrospecto no futebol brasileiro há uma mancha importante que continua fresca: a eliminação na semana passada contra o Barcelona de Guayaquil na terceira fase prévia da Libertadores.

Críticas recentes

Essa despedida precoce na principal competição de clubes do futebol sul-americano motivou até uma onda de críticas nas redes sociais, muitas delas direcionadas ao jogador holandês.

“Ele está sendo um protagonista aqui, um grande protagonista do que o Corinthians faz. Estamos felizes com o Memphis, com tudo o que ele fez”, defendeu seu técnico argentino Ramón Díaz em entrevista coletiva após a eliminação.

Agora o carismático camisa 10 tem a oportunidade perfeita para se justificar no seu regresso aos holofotes do futebol europeu. 

Com informações de Gazeta Esportiva.

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