O prefeito de Manaus, David Almeida, reafirmou, nesta quinta-feira (20), que manterá a programação do show de Sidney Magal, mesmo diante das críticas que relacionam o evento aos desafios enfrentados pela cidade após as fortes chuvas. Durante coletiva de imprensa, Almeida classificou as contestações como uma “narrativa da oposição” e ressaltou que o evento celebra um investimento histórico na revitalização do Centro da cidade.
“Com relação ao Sidney Magal, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu vou estar comemorando o maior investimento turístico no Centro da cidade depois do Teatro Amazonas. Isso é uma narrativa da oposição que fez isso na eleição passada e eu não vou ser pautado pela oposição”, declarou o prefeito.
A declaração foi dada no mesmo momento em que Almeida anunciava novas medidas para minimizar os impactos das chuvas e evitar tragédias como a que ocorreu na comunidade Fazendinha, onde um deslizamento de terra causou a morte da líder comunitária Sâmia Maciel.
Investimento em tecnologia e assistência às famílias
Além de defender a continuidade do show, David Almeida destacou um pacote de ações voltadas à prevenção de desastres, incluindo a aquisição de um radar meteorológico de última geração e nove estações meteorológicas. “Manaus está dando um salto tecnológico na previsão do tempo. Com esse radar e as novas estações, poderemos antecipar eventos climáticos extremos, permitindo uma resposta rápida e eficaz para evitar tragédias”, afirmou.
O novo radar, adquirido em parceria com uma empresa mexicana, terá um alcance de 400 quilômetros e permitirá alertas meteorológicos com até três horas de antecedência. Atualmente, apenas São Paulo conta com um equipamento similar no Brasil.
A prefeitura também reforçou o apoio às vítimas das chuvas. As 33 famílias atingidas pelo deslizamento na comunidade Fazendinha foram cadastradas no programa Auxílio-Aluguel e serão reassentadas nos apartamentos do PAC Calamidade. Desde o início de março, 647 famílias em situação de risco já receberam atendimento da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), com 94 delas inseridas no Auxílio-Aluguel.
Desafios habitacionais e infraestrutura
A ocupação irregular de áreas de risco segue como um dos grandes desafios enfrentados pela gestão municipal. Atualmente, Manaus possui 1.650 áreas classificadas como de risco, sendo 644 em níveis críticos. “Esse é um problema histórico, agravado pela falta de políticas públicas de habitação no passado. Quando assumimos a prefeitura, a cidade não contava com uma Secretaria de Habitação havia mais de 12 anos”, destacou o prefeito.
Como parte das soluções habitacionais, a prefeitura está desenvolvendo um bairro planejado na área que abrigava a ocupação Monte Horebe. No local, estão sendo construídos 3.620 lotes e 4.700 apartamentos, com as primeiras 586 unidades habitacionais previstas para serem entregues em maio.
Prevenção e conscientização
Além dos investimentos em tecnologia e infraestrutura, a prefeitura tem intensificado a conscientização sobre o descarte adequado de lixo, um dos fatores que contribuem para alagamentos. No período de 1º a 19 de março, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) removeu mais de 936 mil toneladas de lixo dos igarapés.
“A prevenção também passa pela população. O lixo descartado nas ruas acaba indo para os bueiros e obstruindo a drenagem, agravando os alagamentos. Precisamos mudar essa realidade com a colaboração de todos”, alertou o prefeito.
Esforços para mitigar impactos das chuvas
A Prefeitura de Manaus segue empenhada em reduzir os efeitos das chuvas, investindo em infraestrutura, tecnologia e assistência social. Entre as iniciativas estão a instalação de 11 ecobarreiras nos igarapés e a dragagem de seis cursos d’água para melhorar o escoamento.
“Foram décadas sem políticas habitacionais efetivas, e agora estamos correndo contra o tempo para dar dignidade às pessoas. Esse trabalho não se resolve em um dia, mas estamos avançando e vamos continuar firmes para proteger nossa população”, concluiu o prefeito David Almeida.
