
Em visita ao município de Borba, a 210 quilômetros de Manaus, o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Roberto Cidade (UB), inspecionou as condições do porto local, que segue totalmente inoperante desde o fim de fevereiro, quando um comboio de balsas carregadas de soja colidiu com a estrutura da plataforma portuária no rio Madeira. A situação, segundo o parlamentar, é crítica e exige providências imediatas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
“Borba não pode ficar isolada por via fluvial. Sem um porto funcional, como os ribeirinhos vão acessar a cidade? Como as comunidades vão escoar suas mercadorias?”, questionou o deputado durante a vistoria, reforçando que a falta de ação agrava os prejuízos à população.
O acidente aconteceu no dia 23 de fevereiro, e no dia seguinte Roberto Cidade já havia protocolado o requerimento nº 537/2025, cobrando do DNIT medidas emergenciais para recuperação do terminal. Embora o superintendente do órgão no Amazonas, Orlando Fanaia, tenha sinalizado ações, até o momento, nenhuma providência concreta foi tomada.
Diante da falta de avanços, o parlamentar informou que irá solicitar uma nova reunião com o superintendente. “Vamos reforçar nosso pedido, cobrar uma visita a Borba e exigir uma resposta. Não podemos mais esperar. O povo está sofrendo, e a estrutura do porto pode ser totalmente perdida por conta da correnteza e da elevação do nível do rio”, declarou.
Risco de colapso total
O prefeito de Borba, Toco Santana, também criticou a ausência de ações efetivas do DNIT e da empresa responsável pelas balsas. Ele alertou que a enchente já ultrapassa dois metros da cota de emergência e ameaça afundar o restante da plataforma, que já está parcialmente submersa.
“Já são quase 45 dias sem qualquer providência. O superintendente esteve aqui, mas desde então não tivemos retorno. Se nada for feito, podemos perder completamente o porto”, disse o prefeito.
A estrutura danificada é estratégica para o município, não apenas por garantir o transporte de mercadorias e passageiros, mas também por ser ponto de entrada de turistas durante os festejos de Santo Antônio de Borba, uma das maiores manifestações religiosas da Amazônia, realizada em junho.
O evento é considerado essencial para a economia local, movimentando o comércio, o turismo e os serviços em todo o município. Sem o porto, o acesso à cidade por via fluvial, principal rota de entrada, fica seriamente comprometido.







