As advogadas Adriane Magalhães e Leilane Nóbrega trocaram acusações durante lives no Instagram (Montagem: Fato Amazônico)

Um novo e turbulento capítulo tomou conta do caso envolvendo o cantor de forró Diego Damasceno, acusado de agredir sua ex-namorada, a promotora de eventos Kaline Milena Santana Oliveira, de 30 anos. Após Kaline recuar em suas acusações e apresentar à Justiça do Amazonas uma carta pedindo a paralisação do processo — o que levou à absolvição e libertação de Damasceno na última quarta-feira (21/5) — a própria Kaline voltou a público nesta sexta-feira (23), em uma live ao lado da advogada Adriane Magalhães, alegando que foi manipulada para mudar seu depoimento.

A transmissão ao vivo, que repercutiu nas redes sociais, expôs um racha violento entre Adriane Magalhães, que inicialmente representava Kaline, e Leiliane Nóbrega, advogada responsável pela defesa de Diego. Durante a live, Adriane afirmou que sua ex-cliente teria sido induzida por pessoas ligadas a Diego a mudar sua versão e abandonar a acusação. “Ela foi vítima e continua enfrentando desafios até hoje”, declarou a advogada, demonstrando surpresa com a carta enviada à Justiça e sua consequente retirada do caso sem qualquer explicação.

Mas o contra-ataque veio na mesma moeda. Também em live, Leiliane Nóbrega reagiu com dureza às acusações e expôs supostas contradições da própria Kaline e da ex-advogada dela. Segundo Leiliane, foi Kaline quem a procurou, desesperada, após a prisão de Diego, temendo por sua segurança dentro da penitenciária. “Ela me ligou por videochamada, dizendo que nada daquilo tinha acontecido, que amava o Diego e queria vê-lo solto”, afirmou Leiliane, garantindo ter gravações que comprovam o contato direto da vítima.

Mais grave ainda foram as denúncias que vieram a seguir: Leiliane afirmou que a assinatura de Kaline em uma procuração apresentada por Adriane Magalhães no processo seria falsificada. A informação, segundo ela, teria sido confirmada pela própria delegada da Delegacia da Mulher. “A doutora Adriane, ao que tudo indica, retirou a assinatura da Kaline do termo de depoimento na delegacia e usou para formalizar uma procuração falsa. Isso é fraude processual”, acusou Leiliane, que afirmou ter sido a própria Kaline quem sugeriu processar Adriane após ser alertada pela polícia sobre o suposto crime.

Com tom desafiador, Leiliane ainda enviou um recado direto à colega de profissão: “Não adianta me ameaçar, querida. A advocacia criminal não é para covardes. Aqui você encontrou foi uma mulher de verdade. Eu vou te provar isso também.”

A confusão, agora judicial e pública, levanta dúvidas sobre a conduta das partes envolvidas e gera ainda mais controvérsia em um caso que já havia causado forte comoção em Manaus. Entre versões que mudam, representações que se rompem e acusações cruzadas de fraude e manipulação, o processo que antes parecia encerrado pode ganhar desdobramentos inesperados.

O Ministério Público ainda não se manifestou oficialmente sobre os novos elementos que vieram à tona. Já o meio jurídico amazonense acompanha, com perplexidade, o embate feroz entre as advogadas — e o papel central de Kaline Milena, agora no centro de uma crise de credibilidade envolvendo Justiça, redes sociais e o limite ético da atuação profissional.

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