A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) solicitou oficialmente ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) o acompanhamento das investigações sobre a morte de Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, brutalmente agredido após sofrer um ataque homofóbico no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus. O adolescente faleceu no último sábado (5), três dias após o ataque.

Fernando foi agredido na quarta-feira (3) por jovens ainda não identificados, após questionar o motivo de estar sendo chamado de “viadinho”. O ataque resultou em edema cerebral, traumatismo craniano e hemorragia, conforme consta no boletim de ocorrência registrado pela família. A morte do jovem gerou comoção nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a violência motivada por LGBTfobia no Brasil.

Em publicação feita no X (antigo Twitter), Erika Hilton lamentou o caso e anunciou que protocolou um pedido formal ao MDHC. “É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de ‘viadinho’”, escreveu a parlamentar.

A deputada também revelou que pessoas a mando dos agressores, já identificados e atualmente foragidos, teriam comparecido ao velório de Fernando para filmar o caixão. “É revoltante saber que pessoas foram ao velório apenas para filmar, sob ordens de quem o agrediu. Isso é desumano”, denunciou. Hilton colocou seu mandato à disposição da família da vítima: “Aos familiares de Fernando, dedico os meus mais sinceros pêsames e coloco o meu mandato à disposição para tudo que nos for possível.”

Jovem vítima de intolerância

Fernando Vilaça, segundo familiares, era um jovem tranquilo e cuidava de dez gatos e dois cachorros com os recursos do programa Pé-de-Meia, do governo federal. Ele havia saído de casa para comprar leite quando foi abordado e insultado por um grupo de rapazes. Após reagir à provocação, foi violentamente espancado.

A Polícia Civil do Amazonas investiga o caso como possível crime de homofobia. Os suspeitos já foram identificados, mas seguem foragidos. A família pede justiça e segurança para que casos como o de Fernando não se repitam.

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