
O centro histórico de Manaus parece triste, doente e depressivo. Sua aparência é absoluta morbidez. Assusta de tão feio, castigado e catingoso. O centro histórico de Manaus, hoje, em nada lembra o glamour da belle époque, depois carinhosamente chamada de capital da Zona Franca.
Os sinais de visíveis abandono perpassam devastador por todo o seu entorno: Eduardo Ribeiro, Sete de Setembro, igreja da Matriz, Porto da cidade, Praça dos Remédios, Manaus Moderna, e por aí vai.
A rua José Clemente, que passa ao lado do monumental e cinematográfico Teatro Amazonas, que ainda atrai centenas, milhares de turistas de todo o Mundo, foi ocupada de ambos os lados por moradores de rua e dependentes químicos, homens e mulheres.
Com vista para o teatro, Praça do Largo de São Sebastião, e do Palácio da Justiça, parte da rua – fundos da Santa Casa de Misericórdia -, foi transformada numa espécie de hotel ao ar livre com todo conforto.
Privilegiados pelas marquises dos casarões e ampla calçada, nada falta aos inquilinos da rua José Clemente. Além de sombra e água fresca, eles dispõe de cama, sofá, ventilador e um monte de outros apetrechos do lar doce lar. Alguns já pensa até armar uma boa rede para a hora da sesta.
A moradia, bem pertinho do badalado bar do Caldeira, visitado no passado por Vinicius de Moraes, Fábio Lucena e muitos outros famosos, é divida por pessoas de várias nacionalidades.
O rude e entristecedor cenário não significa que o centro histórico de Manaus e seu entorno foram desprezados ou esquecidos pelo poder público municipal. Menos verdade.
Semana passada, por exemplo, o pau cantou no centro comercial da cidade. Por determinação do prefeito David Almeida, a guarda municipal agiu com mão de ferro e largou a lenha para impor ordem na “bagunça”. Durante a varredura houve reação e gritaria. De nada adiantou.
A operação chamada de “Mutirão dos Bairros” foi coordenado pela Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), com apoio da Vigilância Sanitária e Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg).
Enquanto na rua José Clemente reinava uma aparente tranquilidade, o cenário a poucos quarteirões era bem diferente: dezenas de vendedores ambulantes, acusados de atuar de forma irregular, foram surpreendidos e retirados às pressas de seus pontos de trabalho, em meio a protestos e tentativas frustradas de salvar suas mercadorias.










