
A organização da COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém em novembro, voltou atrás neste sábado (16) após críticas sobre a exclusão de alimentos tradicionais da culinária amazônica. O edital publicado pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) para contratação de restaurantes e quiosques oficiais havia vetado a comercialização de pratos como açaí, tucupi e maniçoba, sob a justificativa de risco sanitário.
Com a publicação de uma errata ao Edital de Licitação nº 12060/2025, a OEI e a Secretaria Extraordinária para a COP30 (SECOP) garantiram que esses itens poderão integrar o cardápio do evento. O detalhamento, no entanto, só será definido após a escolha das empresas fornecedoras.
O documento reforça que o processo deve priorizar empreendimentos coletivos, como cooperativas e associações, além de incentivar a participação de grupos ligados à produção sustentável e à sociobiodiversidade — entre eles povos indígenas, comunidades quilombolas, mulheres rurais, juventudes do campo e demais comunidades tradicionais. Pelo menos 30% dos insumos deverão ser adquiridos da agricultura familiar, com estímulo para ampliar esse percentual.
A definição do cardápio oficial ficará sob responsabilidade da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), obedecendo critérios da Vigilância Sanitária nacional e local. Os cardápios poderão passar por ajustes para assegurar a diversidade alimentar e a segurança dos participantes.
Segundo a OEI e a SECOP, o objetivo é garantir que a COP30 reflita o compromisso com a inclusão produtiva, os sistemas alimentares sustentáveis e a valorização da gastronomia do Pará, considerada um patrimônio cultural da Amazônia.
Uma audiência pública está marcada para a próxima terça-feira (19), em Belém, para ouvir candidatos à operação de restaurantes e quiosques. O encontro deve ampliar o diálogo e reafirmar a presença de ingredientes e sabores que marcam a identidade cultural do Pará e da região amazônica.










