O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou, no último dia 18 de agosto, uma vistoria no Centro Experimental de Criação de Animais de Interesse Científico e Ecológico (CECAN), localizado na entrada do Ramal do Pau Rosa, no km 21 da BR-174, em Manaus. A inspeção faz parte de determinações judiciais relacionadas a uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal, que busca assegurar a preservação da área.

Durante a fiscalização, técnicos verificaram áreas embargadas e monitoraram a regeneração da vegetação em um terreno de 6,3 hectares. O espaço apresentava uso esporádico e não mostrou descumprimento dos embargos ambientais. A responsável pela área foi orientada sobre a necessidade de seguir as determinações judiciais e de manter a preservação ambiental.

O relatório da operação também apontou sinais de parcelamento irregular do solo e o avanço de infraestrutura, como redes de internet por fibra óptica, que podem estimular ocupações indevidas. Segundo o Ibama, muitos dos terrenos são utilizados esporadicamente por moradores urbanos de Manaus, que mantêm caseiros no local.

O CECAN é considerado estratégico para a conservação da biodiversidade amazônica. A área abriga programas de manejo, reabilitação e soltura de animais silvestres, entre eles o sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), espécie ameaçada de extinção e símbolo da luta pela preservação ambiental em Manaus.

De acordo com o Ibama, os resultados da vistoria serão encaminhados à Divisão de Proteção Ambiental e à Superintendência do órgão no Amazonas, para adoção das medidas administrativas cabíveis. O superintendente regional reforçou que a ação demonstra o compromisso da instituição em garantir a proteção de áreas federais e coibir invasões que comprometam o equilíbrio ecológico.

O órgão alerta ainda que qualquer invasão ou uso irregular em áreas protegidas pode resultar em sanções administrativas e penais. Denúncias podem ser feitas pela Linha Verde (0800 61 8080), pelo site oficial do Ibama ou pela plataforma Fala.BR.

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