Por determinação da Justiça Federal do Amazonas, equipes integradas por policiais federais, rodoviários e agentes da Força Nacional de Segurança Pública cumpriram, na manhã desta segunda-feira, 15, ordem judicial para a destruição de dragas utilizadas no garimpo ilegal no Rio Madeira, entre os municípios de Manicoré e Humaitá.

De acordo com o delegado Paulo Henrique, até momento a operação destruiu 71 balsas no   Amazonas. Os dados referentes ao estado de Rondônia ainda estão em consolidação.

A ação integra os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal com sede no Amazonas e Rondônia desde 2023 no combate à mineração ilegal na região.

“Neste ano, a novidade é a atuação coordenada entre diferentes forças de segurança pública, coordenadas pelo Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) e o Poder Judiciário, comentou Rafael Grummt, Chefe da Delegacia de Meio Ambiente da SR/AM.

Segundo ele, servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) acompanham a operação, adotando providências quanto às condições precárias de trabalho a que são submetidos os trabalhadores encontrados nas balsas.

Ação ilegal e criminosa

Em nota distribuída à imprensa o deputado Silas Câmara repudiou a ação dos órgãos federais. Segundo a destruição é ilegal e criminosa.

“É inaceitável que ações dessa natureza ocorram sem respeito à vida, ao trabalho e à fé do povo”, diz a nota do parlamentar.

A prefeitura de Humaitá e Câmara de vereadores, também, manifestaram repúdio à operação conduzida pela PF.

Segundo a nota, a utilização de pesadas bombas, helicópteros, emprego de armamento pesado e bomba de efeito moral produziram danos  à saúde, à orla fluvial e ao patrimônio público.

Nota na íntegra

NOTA DE REPÚDIO

Manifesto profundo repúdio à queima ilegal das balsas dos Extrativistas Minerais Familiares em Manicoré, ocorrida no Porto da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, justamente no dia da celebração da padroeira da cidade.

Esse ato criminoso trouxe dor e prejuízo a inúmeras famílias, além de colocar em risco a segurança da população local. É inaceitável que ações dessa natureza ocorram sem respeito à vida, ao trabalho e à fé do povo.

Me solidarizo com os extrativistas afetados e reafirma seu compromisso em defesa da dignidade, do sustento e dos direitos das famílias que dependem dessa atividade. Que o diálogo e a justiça prevaleçam, para que episódios como este não se repitam.

Silas Câmara
Deputado Federal

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