
Um comboio carregado com ajuda humanitária liderado pelo presidente do Equador, Daniel Noboa, foi atacado na noite de domingo (28) ao entrar na província de Imbabura, segundo o governo, em meio a protestos e manifestações contra a eliminação do subsídio ao diesel.
O principal foco dos protestos, que chegam ao seu oitavo dia no Equador, é justamente Imbabura, onde dezenas de manifestantes bloquearam estradas e entraram em confronto com as forças de segurança.
A porta-voz presidencial, Carolina Jaramillo, disse nesta segunda-feira (29) que o comboio era liderado por Noboa, pelos ministros do Bloco de Segurança, pelo Núncio Apostólico, pelo embaixador da União Europeia, pelo Coordenador Residente da ONU no Equador e pelo embaixador italiano no país.
“Esta delegação foi recebida por indivíduos violentos que não representam os equatorianos. Eles foram atacados com coquetéis molotov, pedras, fogos de artifício e bloqueios de estradas para impedir que a ajuda chegasse à população de Imbabura”, afirmou Jaramillo.
“Estas não são manifestações pacíficas, mas atos terroristas. Condenamos atos violentos contra comboios de ajuda humanitária e a destruição de propriedade pública e privada”, disse ele.
O presidente Daniel Noboa criticou o ataque ao comboio militar e insistiu que se tratou de uma “emboscada”.
“Eles estão resistindo ao avanço do Equador e optaram pela violência. Continuamos: o Equador não pode recuar”, comentou em sua conta no X.
A CNN contatou as organizações internacionais que acompanham Noboa no comboio. Até o momento, apenas a Embaixada da Itália no Equador respondeu, afirmando que seu embaixador não ficou ferido no ataque e que forneceria mais detalhes sobre o incidente posteriormente.
Confederação diz que uma pessoa morreu em protestos
Após violentos confrontos entre manifestantes e as Forças Armadas na região de Cotacachi, em Imbabura, no domingo, a Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador) informou que Efraín Fuerez, integrante da comunidade Kichwa, de 46 anos, morreu em decorrência de ferimentos a bala.
O grupo classificou o caso como “uma gravíssima violação dos direitos humanos”.
“A morte de Efraín foi uma execução direta em meio à repressão desencadeada contra a greve nacional”, afirmou a Conaie.
A Procuradoria-Geral do Estado informou que abriu uma investigação ex officio sobre a “morte presumida” ocorrida em Cotacachi e indicou que seus agentes compareceram ao local para recuperar o corpo.
“A investigação preliminar será realizada — com base em protocolos internacionais — por sua Unidade Especializada de Investigação do Uso Ilícito da Força, a fim de garantir a objetividade do processo”, enfatizou a instituição.
Em entrevista coletiva nesta segunda, o presidente da Conaie, Marlon Vargas, disseque os protestos continuarão e pediu ao governo que revogue o decreto presidencial que elimina o subsídio ao diesel.
A organização também pediu a redução do IVA de 15% para 12%, a oposição ao referendo e à proposta de Assembleia Constituinte, a liberdade de 12 pessoas detidas durante os protestos em Otavalo, o respeito aos protestos e soluções para a crise sanitária.
“Apelamos ao nosso povo para que apoie firmemente os protestos de rua. Não recuaremos diante da repressão e do medo. O povo não se ajoelhará. Unidade, resistência e luta até que a paz e a democracia sejam construídas. Exigimos que nossas verdadeiras reivindicações sejam ouvidas”, declarou Vargas.
Com informações de CNN Brasil.










