Elizabeth Maciel, a Betinha, vereadora de Borba, pediu desculpas após declaração polêmica em plenário defendendo violência contra a mulher

A vereadora Elizabeth Maciel (Republicanos), conhecida como Betinha, voltou atrás e pediu desculpas nesta terça-feira (30) após declarar em sessão plenária da Câmara Municipal de Borba, a 150 km de Manaus, que era “a favor da violência contra a mulher”. A fala provocou forte indignação de parlamentares, movimentos sociais e da sociedade civil organizada.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Betinha afirmou que se dirigia “com sinceridade” às mulheres e à população borbense. Ela reconheceu que usou uma expressão “totalmente inadequada e infeliz”, alegando que suas palavras não refletem seus valores pessoais ou políticos.

“De forma alguma foi minha intenção justificar ou naturalizar qualquer forma de violência”, disse a vereadora, acrescentando que o episódio servirá como aprendizado e reflexão. Ela garantiu que passará a se manifestar “com mais responsabilidade e respeito” e reforçou que considera a violência contra a mulher “inaceitável, jamais tolerável ou justificável”.

Entenda o caso

A polêmica começou na sessão da última segunda-feira (29), quando a parlamentar declarou em plenário que “tem mulher que merece apanhar”. Apesar de ter dito inicialmente que era contra a violência doméstica, em seguida Betinha afirmou apoiar casos em que o homem agride a mulher.

“Às vezes eu já presenciei caso em que a mulher se bate ela mesma para condenar o homem. Eu já presenciei”, declarou, sem apresentar provas.

A declaração gerou reações imediatas dentro e fora da Câmara. Movimentos de defesa dos direitos da mulher classificaram a fala como um retrocesso na luta contra a violência de gênero.

O episódio ocorre em um momento em que o Amazonas ocupa a segunda posição no ranking nacional de homicídios de mulheres por 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2025. Entre 2023 e 2024, o estado também registrou um dos maiores aumentos nos índices de feminicídio.

Especialistas apontam que declarações como a da vereadora contribuem para a naturalização da violência e enfraquecem as políticas de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade.

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