Relatório “A Amazônia sob ataque – mapeando o crime na maior floresta tropical do mundo”, publicado por Amazon Underworld no dia 21 de outubro, revela que Manaus ocupa posição central nas rotas do narcotráfico e das economias lícitas que se expandem pela floresta amazônica. 

“Manaus é considerada um elo logístico estratégico, conectando a produção amazônica a mercados da Europa, África e Ásia por meio de seus portos”, informa Amazon Underworld.

Segundo o relatório, Manaus se tornou um dos principais corredores por onde se escoa a cocaína produzida na América do Sul e cita os rios Amazonas e Solimões como  o caminho da droga distribuída no país e fora dele. Segundo o documento, tanto a CV quanto a PCC têm forte presença em Belém e Manaus, facilitando essas operações.

A nova pesquisa da instituição destaca, ainda, que facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) disputam o controle das rotas fluviais, fronteiras e cadeias logísticas que movimentam toneladas de drogas e milhões de reais.

Conforme o Amazon Underworld, o controle do crime na Amazônia brasileira passou por uma transformação significativa nos últimos 15 anos, que o Amazonas era inicialmente dominado pela Família do Norte, sediada em Manaus, que estabeleceu fortes conexões com guerrilhas colombianas e produtores de coca peruanos por volta de 2010.

“A região mergulhou em uma onda de violência quando o pacto de não agressão entre o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) quebrou-se em 2016.

Com a fragmentação da Família do Norte – ressalta o relatório –   nos anos seguintes, muitos membros se juntaram ao Comando Vermelho para formar o CV-AM (seção do Comando Vermelho no Amazonas), enquanto outros fundaram um grupo dissidente chamado Os Crias, que tem sede na cidade de Tabatinga, na fronteira com a Colômbia, e recebe apoio financeiro e de armas do PCC.

Amazon Underworld indica que pelo menos 662 de um total de 987 municípios amazônicos em seis países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) enfrentam a presença de facções criminosas e grupos armados. Isso significa uma presença do crime organizado em pelo menos 67% dos municípios da Amazônia. No restante dos municípios, não foi encontrada presença ou informação.

No cenário do crime na Amazônia as alianças ultrapassam fronteiras. Os grupos armados colombianos se coordenam com facções brasileiras originárias de cidades distantes – como São Paulo e Rio de Janeiro. As forças do Estado às vezes se juntam a essas parcerias – as autoridades políticas e as forças de segurança venezuelanas se unem às guerrilhas colombianas, até mesmo realizando reuniões com comunidades locais envolvidas na extração ilegal de ouro para dividir os lucros.

A morte do líder de Os Crias, Brendo, em 2023, marcou o fim de sua rápida expansão e sacramentou o domínio da CV-AM na região da tríplice fronteira.

O CV-AM agora opera uma rede sofisticada que abrange o Brasil, a Colômbia e o Peru, mantendo uma presença nas prisões de Tabatinga e Letícia, enquanto gerencia a produção de coca e as rotas de tráfico nesses territórios.

O Comando Vermelho entrou com sucesso em áreas de produção de coca e fabricação de cocaína nas regiões peruanas de Loreto, Ucayali e Madre de Dios, controlando assim vários elos críticos da cadeia de suprimento de cocaína.

Leia matéria completa aqui

A Amazônia sob ataque: mapeando o crime na maior floresta tropical do mundo

Artigo anteriorSine Manaus oferta 343 vagas de emprego nesta quarta–feira, 29/10
Próximo artigoPT diz que Eduardo Bolsonaro estourou limite de faltas e aciona a PGR