
O chefe do Comando Vermelho (CV) em Manaus, Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido pelos apelidos “Gringo” e “Suíça”, foi morto durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A ação, considerada uma das mais letais já realizadas no estado, resultou em 121 mortes, sendo 117 suspeitos e quatro agentes de segurança.
Gringo, de 32 anos, natural de Eirunepé (AM), estava foragido desde abril de 2024. Ele era condenado a 34 anos de prisão pelo assassinato de Samuel Paz de Andrade, crime ocorrido em 2021 na capital amazonense. Seu nome aparece entre os 109 suspeitos identificados pela Polícia Civil do Rio, dos quais nove eram do estado do Amazonas.
Amiga investigada por fuga de presos presta homenagem
A morte do líder do CV em Manaus teve repercussão nas redes sociais. A jovem Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, conhecida como “Porcelana”, publicou uma homenagem ao traficante em seu perfil no Instagram:
“Descansa em paz, meu amigo. Você vai nos fazer muita falta”, escreveu a amiga, acompanhando a mensagem com emojis de coração.
Evelyn, porém, é investigada pela Polícia Civil de Roraima por envolvimento na fuga de quatro presos do maior presídio do estado. Segundo as investigações, ela teria prestado apoio logístico e transporte aos fugitivos e possivelmente fornecido armas e abrigo.
A jovem já havia sido presa em 2022 e, no ano seguinte, condenada a cinco anos de prisão por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Na operação que a levou à prisão, a polícia apreendeu 1,7 quilo de cocaína, duas armas e 45 munições.
Operação no Rio expõe alcance das facções
A megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro evidenciou o alcance nacional das facções criminosas. Entre os mortos, 54 suspeitos eram de outros estados, incluindo nove do Amazonas, 15 do Pará, 11 da Bahia, sete de Goiás, além de nomes vindos do Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Mato Grosso e São Paulo.
De acordo com a Polícia Civil, 78 dos mortos tinham histórico criminal grave, envolvendo homicídios, tráfico de drogas e porte de armas, enquanto 43 eram foragidos da Justiça. O levantamento reforça que o Comando Vermelho vem ampliando sua rede de atuação para fora do Rio, estabelecendo conexões com lideranças criminosas em Manaus e em outras capitais do Norte.
Gringo: o “chefão” da facção na capital amazonense
Francisco Myller, o Gringo, era considerado um dos principais articuladores do Comando Vermelho em Manaus. Relatórios da polícia apontam que ele coordenava o envio de drogas e armas para o interior do estado e mantinha relações diretas com lideranças da facção no Rio de Janeiro.
Sua morte é vista por autoridades de segurança como um duro golpe na estrutura do CV na capital amazonense, embora especialistas ressaltem que a facção tende a tentar recompor o comando rapidamente.









