
A Polícia Civil de Roraima investiga a participação de Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, conhecida como “Porcelana”, em um esquema de fuga de integrantes do Comando Vermelho (CV) da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista. A jovem, que cumpre pena em regime semiaberto em Manaus desde 2023, é apontada como uma das mentoras e financiadoras da operação criminosa.
De acordo com informações divulgadas pelo site Metrópoles, o plano de fuga ocorreu em setembro de 2024 e teria sido bancado com recursos enviados do Amazonas, utilizados para custear combustível, alimentação e rotas de fuga seguras pela mata até o território amazonense.
Os quatro fugitivos — Natanael Araújo Mesquita, Kaique de Almeida Vieira, Moisés Farias de Pinho e Thiago Edward Cândida Dias — todos ligados à facção, foram recapturados após semanas de buscas e reconduzidos ao sistema prisional.
Conexão direta com lideranças da facção
As investigações indicam que Porcelana dividia o comando do grupo com o companheiro Thiago Lima dos Santos, o “TH da Zona Leste”, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho em Manaus.
TH foi morto em julho deste ano, antes do avanço da Operação Cerco Fechado, deflagrada pela Polícia Civil na última quarta-feira (29/10), em Boa Vista, Cantá, Rorainópolis e Manaus.
Durante a operação, agentes cumpriram mandados de busca em seis endereços ligados à investigada, mas ela não foi localizada. A Polícia Civil ressaltou que, até o momento, não há mandado de prisão contra Porcelana, embora o inquérito continue em andamento.
Postagem sobre morte de chefe do CV levanta novas suspeitas
O nome de Porcelana voltou a aparecer nas investigações após publicações em redes sociais. A jovem lamentou a morte de Francisco Myller Moreira da Cunha, o “Gringo” ou “Suíça”, apontado como líder da facção no Amazonas e morto durante megaoperação policial no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (31).
A manifestação acendeu o alerta dos investigadores, que agora buscam rastrear eventuais conexões entre Porcelana e o núcleo da facção que atua fora da região Norte, especialmente em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.
Histórico criminal e condenação
Evelyn e o companheiro, TH, foram presos em junho de 2022, em Boa Vista, portando armas e drogas. A condenação veio em 2023, com pena de cinco anos de prisão por tráfico de entorpecentes e porte ilegal de arma de fogo.
Com autorização judicial, ela foi transferida para Manaus, onde mantinha laços familiares e é responsável por duas filhas. Apesar de cumprir o regime semiaberto, as investigações apontam que a jovem continuava influente dentro da estrutura do Comando Vermelho, inclusive articulando operações interestaduais.
Fuga teve apoio logístico e rotas pela floresta
Segundo a Polícia Civil, a operação que garantiu a fuga dos quatro criminosos contou com apoio logístico completo: abrigo em mata fechada, veículos, alimentos e rotas alternativas para despistar as forças de segurança até o Amazonas.
A rede de apoio, financiada por Porcelana, teria utilizado rotas fluviais e trilhas pela floresta, reforçando o grau de organização do grupo.
Desdobramentos
O caso segue em apuração pelas autoridades de Roraima e do Amazonas. Investigadores avaliam que o envolvimento de Porcelana indica uma atuação cada vez mais sofisticada do Comando Vermelho na fronteira Norte do país, com articulações logísticas que ultrapassam os limites estaduais.
Enquanto a polícia busca a jovem, que continua foragida, as autoridades reforçam que a ausência de mandado de prisão não impede novas medidas judiciais à medida que o inquérito avance.










