Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu 74 dias depois de ser considerada inocente por júri • Reprodução/Redes sociais

Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu no dia 26 de outubro, dois meses após ser absolvida e deixar a prisão, em Santa Catarina.

Ela havia passado seis anos presa preventivamente por um crime do qual foi inocentada, e teve câncer de colo de útero diagnosticado durante o período em que estava na cadeia.

Damaris foi presa em 2019 por suspeita de envolvimento na morte de um homem em Salto do Jacuí, em 2018. A denúncia afirmava que ela teria atraído a vítima para uma emboscada.

A defesa sustentou desde o início que a jovem era inocente e relatou que o crime foi cometido por um então namorado, após ela dizer ter sido estuprada pela vítima. Não havia provas diretas de participação de Damaris, segundo seus advogados.

Nas redes sociais, Damaris compartilhava vídeos e fotos do dia a dia e da rotina de tratamento. Em uma de suas últimas publicações, no dia 13 de outubro, posou ao lado do atual namorado e escreveu: “Quase morando no hospital já, mas ao menos tô sendo bem acompanhada.”

Após a morte, o namorado, Allen Silva, publicou uma homenagem e criticou a prisão injusta.

“Vivemos muita coisa nesses dias […] mas fica o sentimento da injustiça”, escreveu. “No caso dela, por exemplo: ‘achamos que você participou, vamos te guardar preventivamente por seis anos’, aí depois de seis anos, ‘ah não, realmente você não participou, pode ir morrer em casa’. Foi isso que aconteceu.”

Ele descreveu momentos ao lado de Damaris durante o tratamento, como refeições no hospital, passeios na cadeira de rodas e conversas sobre literatura.

“Tua partida é prematura e amarga […] Te prometi estar ao teu lado até o último segundo, e aqui e estou contigo para sempre.”

Em nota, o TJRS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) disse que avaliou três pedidos de soltura da defesa da jovem. Um deles foi negado pois os “documentos apresentados eram receituários médicos, sem apontar qualquer patologia existente e sem trazer exames e diagnósticos”.

Com informações de CNN Brasil.

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