O estado do Amazonas registrou uma redução de 16,9% no desmatamento entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O resultado coloca o Amazonas entre os estados com melhores índices de preservação da floresta, contribuindo para que a Amazônia Legal alcançasse o menor índice de desmatamento dos últimos 11 anos.

De acordo com o levantamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), a área desmatada na região foi de 5.796 km² no último ciclo anual — uma queda de 11% em relação ao período anterior, quando o número havia atingido 6.518 km². O estudo também destaca que essa é a quarta redução consecutiva registrada, consolidando um ciclo de avanços na política ambiental da região.

Desempenho do Amazonas

No cenário estadual, o Amazonas reduziu sua área desmatada de 1.223 km² para 1.016 km², respondendo por 17,5% do total registrado na Amazônia Legal, atrás apenas do Pará (36,2%) e do Mato Grosso (27,1%).

O superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, afirmou que o resultado reflete o trabalho integrado entre os órgãos ambientais e as forças de segurança.

“Esse resultado é fruto direto do fortalecimento das operações de fiscalização e da ampliação de políticas públicas de conservação”, destacou Araújo.

Entre julho de 2024 e junho de 2025, o Ibama lavrou no Amazonas:

  • 275 autos de infração relacionados à flora, somando R$ 228 milhões em multas;
  • 220 termos de embargo, bloqueando 41 mil hectares de áreas.

Panorama regional

Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, oito apresentaram queda nas taxas de desmatamento. Os destaques foram Tocantins (-62,5%), Amapá (-48,15%) e Roraima (-37,39%). Apenas o Mato Grosso registrou aumento (25,06%), passando de 1.257 km² para 1.572 km².

No período analisado, o Ibama também reforçou sua atuação em toda a Amazônia Legal, com 3.485 autos de infração que totalizam R$ 2,57 bilhões em multas, além de 2.712 termos de embargo envolvendo 335 mil hectares. As ações resultaram na preservação de 1,9 milhão de hectares de floresta e Cerrado e evitaram a emissão de 733 milhões de toneladas de CO₂.

Avanços na conservação

Os números consolidam um cenário de recuperação ambiental e eficiência na fiscalização, apesar do aumento das queimadas registrado em 2025, o maior em 20 anos. O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama reforçam que os dados do PRODES são os mais precisos para medir o desmatamento anual na região e servem como base para o planejamento de políticas públicas de combate à degradação florestal.

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