
Com tom de desafio e provocação à velha política amazonense, o ex-superintendente da Suframa, Coronel Menezes (Progressistas), defendeu que Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, dispute o Senado pelo Amazonas em 2026. A declaração foi feita nesta quinta-feira (6), durante o quadro Papo de Política, da Jovem Pan News Manaus, e soou como um recado tanto à direita fragmentada quanto aos caciques tradicionais do estado.
“Carlos tem o DNA da direita verdadeira”
Em sua fala, Menezes afirmou que o “filho 02” do ex-presidente representa a resistência do bolsonarismo autêntico e poderia dar novo fôlego ao movimento conservador no Norte do país.
“Carlos tem o DNA da direita verdadeira, da resistência contra o sistema. Se o Senado precisa de alguém com coragem, com o sangue do presidente correndo nas veias, que venha disputar pelo Amazonas. O povo daqui não aguenta mais políticos frouxos e coniventes com o sistema”, declarou o coronel, em tom contundente.
A fala do aliado histórico de Jair Bolsonaro repercutiu imediatamente nos bastidores políticos, sendo interpretada como uma provocação direta aos pré-candidatos locais, entre eles Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB), que devem buscar reeleição ao Senado.
Ataque à “velha política” e crítica à direita fragmentada
Mais do que um aceno a Carlos Bolsonaro, a declaração de Menezes foi vista como uma mensagem de ruptura com o grupo que tenta manter o controle político do Amazonas. Ele criticou o que chamou de “acomodação e conveniência” de parte da direita regional.
“Enquanto uns negociam cargos, outros vendem convicções. Eu prefiro ver o Amazonas sendo representado por quem nunca traiu o presidente e nunca se curvou ao sistema”, afirmou, deixando claro o tom de insatisfação com as lideranças que compõem o campo conservador local.
Segundo analistas, Menezes tenta se colocar novamente como porta-voz do bolsonarismo raiz na Amazônia, buscando reposicionar o movimento em meio à disputa interna por espaço e influência política.
Movimento estratégico e mensagem a Jair Bolsonaro
Nos bastidores, a declaração foi interpretada como um aceno direto a Jair Bolsonaro, reforçando a lealdade de Menezes e sua disposição em liderar uma nova ofensiva conservadora no Norte. O coronel tenta rearticular a base bolsonarista e recolocar o Amazonas no radar político nacional.
Com a sugestão, Menezes também lançou luz sobre o potencial estratégico do estado para o projeto político do ex-presidente, argumentando que o Norte “precisa de representantes com coragem para enfrentar o sistema e defender o legado do bolsonarismo”.
Repercussão nacional
A fala rapidamente reverberou além das fronteiras do Amazonas, colocando o estado no centro do debate nacional da direita. Se Carlos Bolsonaro aceitar o desafio, a eleição para o Senado em 2026 pode se transformar em um dos embates políticos mais simbólicos do país, contrapondo o bolsonarismo ideológico à velha guarda da política amazonense.










