
O governador Wilson Lima assinou, nesta segunda-feira (10/11), durante a COP30, em Belém, o primeiro contrato de crédito de carbono (REDD+) em uma unidade de conservação estadual, o Parque Estadual Sucunduri, em Apuí (a 453 km de Manaus). No mesmo evento, ele anunciou a realização do primeiro concurso público da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).
A assinatura ocorreu no painel “Governança Fiscal e Conservação Florestal: Iniciativas em prol da sustentabilidade como modelo para os Estados Amazônicos”, realizado no Hub Amazônia, dentro da Blue Zone da conferência, e representa um marco na política ambiental do Estado.
Contrato histórico no Parque Sucunduri
O contrato de REDD+ — mecanismo que remunera ações de redução de emissões de carbono e conservação florestal — foi firmado com a empresa Future Climate, vencedora do chamamento público da Sema (Edital nº 002/2023). O projeto deve movimentar até R$ 590 milhões ao longo de 30 anos, com recursos gerados pela conservação da floresta e pela redução de gases de efeito estufa.
Segundo Wilson Lima, a política foi construída com base na participação comunitária e voltada à geração de benefícios sociais e econômicos.
“Esses projetos são desenvolvidos em reservas de desenvolvimento sustentável, sempre com a participação das comunidades. O primeiro contrato é fruto dessa escuta e está diretamente ligado a fatores como abastecimento de água, energia elétrica, conectividade e fortalecimento de cadeias produtivas”, afirmou o governador.
Ele também destacou que o sistema de créditos de carbono do estado foi desenvolvido com segurança jurídica e transparência, respaldado em leis e decretos estaduais, com apoio técnico do Banco Mundial.
Mosaico do Apuí e conservação de 492 mil hectares
Com área de 492,9 mil hectares, o Parque Estadual Sucunduri teve o contrato aprovado pelo Conselho Gestor do Mosaico do Apuí e pela Sema, após consulta pública realizada em dezembro de 2024. É o primeiro projeto de REDD+ em unidade de conservação estadual no Amazonas, consolidando o papel do estado como referência em economia verde e valorização das comunidades tradicionais.
O governador ressaltou ainda que o Amazonas já opera dois mecanismos de mercado de carbono:
o Programa Jurisdicional de REDD+, em escala estadual, que financia o Programa Amazonas 2030; e os projetos locais de REDD+, voltados a unidades de conservação e comunidades do entorno, como o Sucunduri.
O painel contou com a presença de Carlos Aragon (GCF Task Force), Erwin de Nys (Banco Mundial), Fábio Galindo (Future Climate) e da secretária executiva da Sema, Fabrícia Arruda. A mediação foi feita pelo secretário Eduardo Taveira.
Primeiro concurso da Sema reforça gestão técnica
Durante o mesmo evento, Wilson Lima também anunciou a assinatura do contrato com o Cebraspe, responsável pela organização do primeiro concurso público da Sema, que oferecerá 159 vagas de níveis médio e superior. O edital está previsto para dezembro de 2025, com provas programadas para o primeiro trimestre de 2026.
“É um momento histórico, com o primeiro concurso voltado para o meio ambiente, em várias áreas. Isso faz parte da nossa construção para ampliar a capacidade do estado de monetizar a floresta em pé e beneficiar as populações mais carentes”, declarou Wilson Lima.
O concurso integra o processo de profissionalização da gestão ambiental e fortalecimento da estrutura técnica do Estado, que também prevê 140 novas vagas para o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).










