
A ausência dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso na programação oficial da COP30, realizada em Belém, abriu um debate nacional sobre representatividade cultural da Amazônia dentro da conferência. De acordo com matéria assinada pelo jornalista Valmir Moratelli, na revista Veja, a exclusão dos principais símbolos artísticos de Parintins da chamada Zona Verde — espaço destinado às manifestações culturais e sociais — gerou perplexidade entre artistas, estudiosos e defensores da cultura regional.
Segundo a reportagem, o questionamento ecoa entre participantes e observadores do evento: “Cadê o boi? Cadê os bois?”. A crítica destaca que, mesmo sendo patrimônios culturais do Amazonas e protagonistas de uma das maiores celebrações folclóricas do país, os bois não foram incluídos nas agendas oficiais apresentadas até agora na conferência climática.
O Festival de Parintins, considerado um dos maiores espetáculos a céu aberto do mundo, movimenta cifras expressivas para a economia local. Somente em 2025, a projeção era de que o evento gerasse R$ 184 milhões em impacto econômico — números que reforçam a força cultural e financeira dos bois na região. Apesar disso, Garantido e Caprichoso ficaram de fora de eventos diplomáticos e programações dedicadas às artes amazônicas.
A ausência tem sido tratada como um equívoco de representatividade. Para especialistas consultados pela Veja, excluir Caprichoso e Garantido da COP30 é desperdiçar a chance de apresentar ao mundo uma das expressões culturais mais potentes da Amazônia, capaz de unir tradição, sustentabilidade, identidade territorial e engajamento comunitário.
Enquanto a conferência segue com debates políticos e ambientais, a polêmica reacende discussões sobre visibilidade, inclusão cultural e os critérios usados para definir quem representa a Amazônia no maior evento climático do planeta.










