
O Brasil e os Emirados Árabes Unidos deram mais um passo de aproximação no setor de defesa e no fortalecimento das relações bilaterais.
A Marinha do Brasil e o Edge Group, um dos maiores conglomerados da indústria de defesa do mundo, anunciaram nesta quinta-feira (20) novos avanços na parceria que prevê o desenvolvimento conjunto de um sistema antidrone.
Um grupo de trabalho composto por especialistas das duas partes já foi estabelecido. Uma demonstração das capacidades foi programada para dezembro, e o primeiro pacote tecnológico deve ser entregue em 2026.
A capacidade antidrone das Forças Armadas brasileiras é considerada limitada por especialistas, e a parceria com o conglomerado emirati, que domina esse tipo de tecnologia, busca justamente preencher essa lacuna.
O uso massivo de drones tem sido uma das marcas das guerras modernas e se consolidou como uma das principais armas empregadas no conflito entre Rússia e Ucrânia, ao lado de mísseis de cruzeiro.
A corrida por soluções antidrone movimenta bilhões em pesquisa e desenvolvimento na indústria de defesa, impulsionada pela demanda crescente de governos por alternativas rápidas e de menor custo para lidar com esses sistemas modernos.
Na última quarta-feira (19), a SIATT, empresa brasileira de tecnologia avançada que integra o Edge Group, anunciou a assinatura de um contrato para fornecer uma solução integrada de defesa antitanque ao Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil.
O sistema será instalado em dois veículos 4×4 de alta mobilidade, com proteção balística leve, capazes de operar em terrenos difíceis.
A solução combina um míssil guiado de alta precisão desenvolvido pela própria SIATT com uma plataforma de drones equipada para missões de vigilância, reconhecimento e ataque.
Relação Brasil – Emirados Árabes Unidos
Além das áreas mais tradicionais de comércio, como petróleo e agronegócio, Brasil e Emirados Árabes Unidos vêm estreitando laços também na indústria de defesa.
O Edge Group, que tem sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, já investiu cerca de R$ 3 bilhões no Brasil.
Em 2025, a SIATT e a Marinha do Brasil assinaram um acordo para a produção e desenvolvimento conjunto de mísseis no Brasil.
O acordo é um contrato de compartilhamento de propriedade intelectual que define os termos e condições para o desenvolvimento e a produção do MANSUP (Míssil Antinavio Nacional) e de sua versão de longo alcance, o MANSUP-ER.
O documento prevê direitos para modificações, uso, produção e exploração comercial tanto no Brasil quanto em outros países, com o pagamento de royalties de retorno à Marinha. Ou seja, os mísseis poderão ser utilizados tanto pelas Forças Armadas brasileiras quanto exportados, fortalecendo a indústria nacional de defesa.
Desde o início da atuação do Edge Group no Brasil, a empresa emirati tem frisado que o objetivo é construir uma “parceira” com o Brasil, excluindo a possibilidade de ser um mero parceiro comercial.
Com informações de CNN Brasil.










