
Em uma ação conjunta que mobilizou diversas instituições brasileiras e colombianas, a Operação Fronteira Dourada avançou na repressão ao garimpo ilegal na região do Rio Puruê, na fronteira Amazônica. Entre 11 e 19 de novembro, forças policiais, ambientais e militares atuaram de forma simultânea nos dois países, desestruturando bases criminosas e interrompendo a cadeia logística da mineração clandestina.
A Operação Fronteira Dourada foi deflagrada com o objetivo de frear a expansão do garimpo ilegal nos rios Puruê (Brasil) e Purê (Colômbia), área marcada por intensa atividade criminosa e grave degradação ambiental. A ofensiva envolveu a Polícia Federal, a Polícia Nacional da Colômbia (PNC), IBAMA, ICMBio, Exército Brasileiro, Polícia Rodoviária Federal e o CENSIPAM. A coordenação geral ficou a cargo do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), que atua na articulação entre autoridades brasileiras e colombianas.
A força-tarefa ganhou ainda mais relevância no contexto da COP30, ao evidenciar o compromisso bilateral em proteger a Amazônia e fortalecer mecanismos de cooperação transfronteiriça. Segundo a PF, o foco da ação foi desarticular estruturas de mineração ilegal que financiam organizações criminosas e provocam danos irreversíveis ao meio ambiente, como contaminação por mercúrio e destruição de cursos d’água.
Balanço da operação
Entre os dias 14 e 17 de novembro, as equipes atuaram no lado brasileiro; já entre 18 e 19, as ações se concentraram no território colombiano. No período, foram inutilizados:
- 14 dragas
- 6 rebocadores
- 2 balsas de combustível
- 1 retroescavadeira
- 48 motores
- 7.800 litros de diesel
- 178 litros de gasolina
- 25 botijões de gás
- 3 cilindros de oxigênio
- 32 galões de óleo 15W40
- 4 frascos de mercúrio
- Além de outros equipamentos e insumos essenciais ao funcionamento dos garimpos.
O prejuízo estimado ao crime organizado ultrapassa R$ 112 milhões, representando um golpe significativo na infraestrutura da mineração ilegal que atua na região.
Ação estratégica e permanente
Com o uso de aeronaves, embarcações e equipes táticas especializadas, as forças brasileiras e colombianas alcançaram pontos remotos da fronteira, destruindo acampamentos clandestinos e cortando rotas logísticas. O modelo de operação segue a linha de outras ações integradas conduzidas pelo CCPI-Amazônia, que combinam inteligência, repressão e proteção ambiental em áreas sensíveis da Amazônia.
A Polícia Federal informou que novas ações estão previstas, reforçando o combate permanente à exploração ilegal de ouro e à contaminação de comunidades ribeirinhas e indígenas, frequentemente afetadas pela atividade garimpeira.










