Apesar do alívio de Donald Trump ao tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil, cerca de 22% das exportações brasileiras seguem sob a alíquota de 50%, segundo estimativas do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
Dentre os que ainda sofrem com a tarifa, estão alguns dos manufaturados produzidos pela indústria madeireira brasileira, que tem nos EUA seu principal comprador hoje.
A expectativa do setor agora é de que o governo “aproveite esse momento de distensionamento” e “intensifique as negociações” com Washington, segundo Paulo Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).
“A gente percebeu que foi um avanço, mas é um início ainda. Pareceu mais uma decisão unilateral do que proveniente das negociações, ligada aos produtos que geram inflação no supermercado americano, diferente da madeira”, observa Pupo.
O executivo avalia que ainda é necessário que se “avance de forma efetiva” no setor de manufaturados, uma vez que a sobretaxa está “impedindo qualquer fluxo natural de mercado” com um parceiro de décadas para o setor.
A entidade estima que as exportações de produtos de madeira do Brasil para os Estados Unidos caíram 55% ao longo dos três meses em que o tarifaço está em vigor.
Pupo destaca que ainda não há nenhum sinal claro de que as tarifas vão cair, mas que segue esperançoso uma vez que as negociações entrarem no campo técnico da discussão.
“Conversas aconteceram, mas a negociação é governamental, o setor fica de passageiro. Tudo que estava ao nosso alcance nós fizemos.”
Quanto à abertura de novos mercados, Pupo explica que “não é uma tarefa simples”, por uma série de motivos.
“Onde tem demanda, nós já estamos exportando. A busca por novos mercados é diária, incessante, desde sempre, mas não é simples. Estamos buscando, alguns produtos consegue fazer uma reavaliação para médio/longo prazo, mas alguns produtos são específicos para o mercado norte-americano”, conclui.
Com informações de CNN Brasil.
