
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) fez um alerta contundente sobre a atuação de fintechs no país e a falta de fiscalização que, segundo ele, vem abrindo brechas perigosas para criminosos praticarem lavagem de dinheiro e ocultação de recursos. De acordo com o parlamentar, mais de 1.200 empresas do setor funcionam hoje no Brasil sem qualquer supervisão do Banco Central, o que coloca em risco a integridade do sistema financeiro nacional.
“Estamos dizendo aos criminosos que podem agir até 2026”, diz senador
Braga destacou que o Brasil possui atualmente 1.592 instituições financeiras em operação, mas apenas 335 são efetivamente fiscalizadas. O restante — grande parte formado por fintechs — opera sem monitoramento e sem enviar informações ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Para o senador, a demora na aplicação das novas regras sobre capital social dessas empresas, previstas para entrar em vigor apenas em abril de 2026, é um erro estratégico:
“Estamos dizendo aos criminosos que podem cometer crime à vontade até 2026, porque só vamos fechar a porta lá na frente.”
Contas ‘bolsões’ viram alvo do debate
Braga criticou especialmente as chamadas contas bolsões, usadas por plataformas de pagamentos e serviços digitais:
“Já está provado que elas são uma porta de saída fundamental para a sonegação e para atividades criminosas.”
Ele defendeu que o país deveria optar entre duas medidas:
- Passar todas as contas bolsões a serem fiscalizadas imediatamente, ou
- Extingui-las totalmente, caso não haja garantia de controle.
Pix e apostas ilegais preocupam o senador
Braga também citou o fluxo de dinheiro movimentado em plataformas de apostas ilegais e criticou a ausência de alertas automáticos que comuniquem o Coaf quando transações suspeitas ocorrerem.
Segundo ele, a falta de identificação adequada permite que “contas de fachada” usem bancos tradicionais como base para movimentar recursos ilícitos:
“O dinheiro das bets ilegais está hospedado em contas correntes de bancos tradicionais. Deveria haver um alerta imediato ao Coaf sempre que uma chave Pix de alto risco fosse usada.”
Sistema financeiro “ridicularizado”
O senador afirmou que a omissão regulatória tem levado o Brasil a uma situação de vulnerabilidade:
“O sistema financeiro brasileiro está ficando ridicularizado. Precisamos agir para proteger o cidadão, não para facilitar o crime.”
Braga defendeu que o país adote mecanismos emergenciais de fiscalização e que o Banco Central acelere a implementação de controles que, segundo ele, não podem esperar até 2026.










