Simone Risoluti – Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images

O papa Leão XIV afirmou que a criação de um Estado palestino é a única forma de garantir justiça para israelenses e palestinos e encerrar o conflito de décadas no Oriente Médio. A declaração foi feita nesse domingo (30/11), durante um voo da Turquia para o Líbano, na segunda etapa de sua primeira viagem internacional como pontífice.

O Vaticano reconheceu formalmente o Estado palestino em 2015 e, desde então, defende a solução de dois Estados como caminho indispensável à estabilidade regional. No entanto, as novas declarações de Leão XIV foram consideradas seu apelo mais enfático até agora, em meio ao agravamento da guerra na Faixa de Gaza.

“Todos sabemos que Israel não aceita essa solução neste momento, mas a consideramos a única possível”, afirmou o papa. “Também somos amigos de Israel”, acrescentou, ressaltando que a Santa Sé continuará a agir como “voz mediadora” para buscar “uma solução com justiça para todos”.“

Papel da Turquia na mediação

Leão XIV também confirmou ter discutido os conflitos de Gaza e da Ucrânia durante suas conversas privadas com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, em Ancara. Segundo ele, a Turquia tem “um papel importante a desempenhar” na tentativa de pôr fim a ambas as guerras.

“Existem propostas concretas para a paz, e esperamos que o presidente Erdogan, com sua relação com os presidentes da Ucrânia, da Rússia e dos Estados Unidos, possa ajudar a promover um diálogo, um cessar-fogo e encontrar uma forma de resolver esta guerra”, afirmou.

As declarações do papa ocorrem poucos dias após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterar que a oposição de Israel a um Estado palestino “não mudou em nada”.

“Não preciso de afirmações, tuítes ou sermões de ninguém”, declarou Netanyahu. Apesar do cessar-fogo mediado pelos EUA prever retirada militar e troca de prisioneiros, ataques israelenses continuaram e o envio de ajuda humanitária segue lento, segundo a ONU.

Em sua viagem à Turquia, o papa Leão XIV endureceu o tom ao comentar a campanha militar israelense em Gaza. Embora adote postura diplomática, o pontífice passou a alertar que o “futuro da humanidade está em risco” diante da multiplicação de conflitos sangrentos e condenou a violência em nome da religião. Com informações de Metrópoles.

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